terça-feira, 2 de junho de 2009

Saiu à rua sem saber o que a esperava, de tão concentrada que estava em histórias inúteis. Decidiu ser como simplesmente era, nada havia a perder. Aos poucos, as pessoas foram-se aproximando num corropio natural e logo aquela prendeu a sua atenção... porquê?
A conversa surgia, quieta e calma. Sem medos, pressões, ambições. Apenas palavras soltas e emaranhadas num discurso de plenitude e harmonia. Que podia esperar mais? Nada, nada mais. Empurrada pelo vento continuou estrada fora. Porém, agora não caminhava sozinha: haviam mais dois pés ao seu lado, com ritmadas passadas sem rumo definido.
A aprendizagem estava-lhe inerente: a cada palavra escutada ou proferida, ela sabia estar a aprender. A aprender da vida, do modo de caminhar mais facilmente sem cair. Até que, sem dar conta, descobriu a solução que há muito ansiava. A calma personificada numa voz, sem que nada a perturbasse, fosse porque fosse. Afinal não estava assim tão longe... Demorou foi um bocadinho a chegar. As suas histórias inúteis desvaneceram-se e ela decidiu construir apenas uma: a vida real.

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