segunda-feira, 27 de julho de 2009

olhar

Sentada, olha o infinito através dos pinheiros que a rodeiam. O cheiro a mar vem lá do longe trazido pela brisa, e a música da cidade chega distorcida. Sabe que se se levantar baterá com a cabeça e acordará da sua áura de encatamento, mas não encontra maneira de descobrir o que fazer. Serão os livros que a transportam para a magia? Ou será somente aquele pensamento inerente que nunca quer assumir?
Dia após dia, caminha por entre ruas, em horas perdidas. Olha o mar todas as manhãs, e todas as manhãs espera que venha com o reflexo do sol... Mas nada, nunca vem. Apenas olhando o horizonte encontra aquilo que procura, encontra a sua acalmia infinita. Caminha em busca de um rosto cúmplice, algo que a transporte para o que é real. Ainda assim, falta sempre aquele bocadinho, aquela peça do puzzle que é fundamental para completar a imagem.
Agora perdida por entre as ramagens, procura mais uma vez aquilo que anseia ver. Parece difícil de achar, mas não estará lá mais ao longe por entre as àrvores mais densas? Quem sabe... Aventurar-se foi sempre algo que soube fazer, teria de o descobrir novamente. Conseguiria?
Desiste, com um suspiro. Para quê procurar? O que vagueia por aí se a quiser com ela virá ter. Quando o seu puzzle estiver pronto para ser completo, rapidamente a peça que falta encontrará o seu rumo. Por mais que a saiba importante, nada lhe resta senão esperar. Amanhã será um novo dia e uma vez mais ela procurará o mar. Encontrará lá ao fundo aquele olhar que, dia após dia, está cada vez mais perto de si.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

vestido cúmplice

Era o seu dia de aniversário, ia ter uma grande festa dentro das muralhas do castelo e todos aqueles que dela gostassem estavam convidados a entrar. No seu vestido preto e longo, não lhe importava brilhar, queria somente ser ela mesma. Estava a sentir-se feliz, era aquele o seu dia. Entardeceu e antes da hora prevista para a chegada de todos, deambulava pelo castelo com ele. Ambos conversavam e diziam aquelas frases sem graça que rapidamente davam azo a gargalhadas cúmplices. Entretanto, chegara a sua melhor amiga de infância. Efusiva, saltou-lhe para os braços envolvendo-a num longo abraço. A saudade daqueles tempos de sonhos era tanta! Logo se evidenciou o seu contentamento por ver ali a amiga, por saber que ela não se havia esquecido. E ele apenas a olhava, sorrindo, por sabe-la feliz.
As surpresas da festa que lhe haviam sido preparadas, começam a acontecer. Acabam por ir para o anfiteatro, ver imagens suas e daqueles que a rodeiam. Eis que ele aparece no ecrã, apanhado desprevenido pela objectiva da câmara. Fala de alguém, de uma rapariga de quem diz gostar e que assume estimar mais que qualquer outra. Ela, a aniversariante do castelo, ao deparar-se com aquelas palavras que agora ouvia saírem da boca dele através de uma filmagem, rapidamente se levantou. Sempre tivera um encanto especial por ele, mas nunca fora capaz de o assumir. Não conseguia vê-lo falar assim de alguém. Agarrando no seu vestido, subiu as escadas daquele auditório num ápice, com as lágrimas a escorrerem-lhe pela cara. Chegando à porta, deteve-a um grito daquela voz que sempre conhecia. Era ele.
- Não vás embora, espera! Como é que não percebeste... Aquela rapariga... aquela rapariga és tu! A que quero, sempre a foste!
Ficou petrificada com as palavras dele. Afinal o seu sentimento sempre fora retribuído, mas ela nunca o soubera. Quando conseguiu reagir, já ele corria em direcção ao lado oposto do castelo, toldado pelo medo. Sem mais delongas começou a segui-lo, mas pareceu que tinham vindo pessoas de mais para a sua festa. Todas queriam felicitá-la, obrigando-a a parar continuamente durante todo o percurso. Quando finalmente chega ao miradouro sobre o rio, vê-o sentado, com as mãos na cara, contemplando o infinito. Já calma larga o seu vestido de encontro ao chão e num sussurrar levado pela brisa, balbucia o nome dele. Timidamente, aquela cara tão sua conhecida volta-se para si, enquanto que ela caminha na sua direcção. Senta-se a seu lado olhando o luar, e puxa-o para que se deite sobre o seu vestido, no seu colo. Olhando para os seus olhos penetrantes, faz-lhe uma festa no rosto. Ganha coragem para falar, mas ainda antes de o fazer é ele quem a cala. Dos seus lábios começam a sair encantantes palavras melodiosas, a canção que ela sempre sonhara ouvir. Mais uma vez de lágrimas na cara, mas desta vez marejada por gotas quentes, transbordando felicidade. Naquela sua melodia, ele havia dito tudo aquilo que sentia desde que a conhecera. Para quê esconder mais? Sentado agora a seu lado, ele deu-lhe o seu melhor presente de aniversário: um forte abraço cúmplice e de encontro de dois seres. Havia paixão naqueles dois, mas acima de tudo havia um grande conhecimento do outro. Se assim não fosse, como poderia ela ter-se sentido a maior princesa do mundo dentro do seu vestido preto?
Com o seu cabelo a esvoaçar com o vento, ganhou coragem. Olhou-o nos olhos e de uma vez assumiu: Gosto de ti.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Embora

Chegou a hora de partir. Quieta e calada, tenta contentar-se com um livro de histórias que já conhece, mas muitas vezes o pensamento voa e vai mais longe do que a imaginação daquela obra. Voltará depois, sabe-o, mas pela primeira vez não quer ir embora. Não consegue explicar o porquê, somente sabe que sentirá muita falta daquele sorriso envergonhado.
Já à muito que ansiava por uma época de acalmia e de encontro consigo mesma, mas agora que a tem parece que já não precisa dela. Tudo porque descobriu que nos seus lugares comuns também sabe encontrar-se e não precisa de ir embora para que aprenda como ser feliz. Sempre teve essa mania, a de sair para descomprimir de muitos pensares sobre si mesma. Já à algum tempo que o vinha sentindo como algo necessário... Mas neste momento parece que afinal tudo mudou. A forma de como encara o mundo fá-la pensar que não é preciso fugir, diz-lhe que basta encontrar o caminho certo para onde se deseja ir. Já nem se perde por aí como dantes acontecia.
Mas vai, vai ter de ir embora. Por mais absurdo que possa parecer, ela em nada se importava de ficar. Depois de saber que já é capaz de se encontrar onde sempre o devia ter feito, sente-se absurda por sair do seu lugar. Aliás, tem medo de que quando voltar não seja capaz de se encontrar de novo neste espaço, como agora sabe fazer. Cansada de pensar sobre este ir e voltar, decide deixar-se andar com o tempo que a guia... Ainda que a sua vontade seja a de permanecer ligada ao que lhe dá sentido, acredita que seja onde for será capaz de levar consigo o rumo que agora tem.
Parece que sim, que se vai embora. Vai para longe de ruelas por onde se encontra, mas o melhor é não ter medo. O medo é o seu inimigo. Vai, e consigo tem uma caixa que guarda dentro do peito onde leva a sua bússula para lhe indicar o caminho em qualquer parte do universo. Assim, acabando por ir para o seu outro refúgio que não aquele rotineiro, vai levar consigo aquilo que mais lhe importa. Afinal, ao acordar a cada dia, basta que coloque a sua mão por cima do coração para que se sinta em casa. Sabe que receberá aquele sorriso encantante e inesquecível. Já certa de que o tem consigo, está preparada para ir a qualquer lugar do mundo.

sábado, 18 de julho de 2009

desânimo

Chegou a hora de deixar de fingir um sorriso sempre alegre. A inutilidade que sinto é maior do que qualquer outra coisa. Vou desistir de sonhos, deixar-me de esperanças ilusórias de que vou conseguir. Agora é tempo de me concentrar definitivamente naquilo que importa e acreditar que sou capaz. Mas serei? Por mais que procure uma resposta, não consigo encontrá-la. Resta-me tentar, tentar sempre. O pior que pode acontecer é não conseguir novamente e fechar aquela porta com o desânimo no rosto. O hábito disso mesmo já cá mora e é isso que me deixa assim, fechada de risadas alegres e sinceras. Não há razão para as haver.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Desejo

Depois de um sonho agitado onde se via chorar, acordou em sobressalto. Tinha sido o exteriorizar dos seus pensamentos e emoções, enfrentando quem tinha de enfrentar. Chorosa de raiva mas também de alívio, a vontade de o tornar real era muita. Mas teria o direito de o fazer?
No final via-se dentro dos braços que outrora lhe trouxeram todo o carinho e conforto do mundo. Teve saudades, aliás, recordou-se daquela sensação boa, algo que não costuma fazer. Pensou sobre aquela imagem: parecia um bebé no colo de sua mãe, sendo afagada e acalmada, levando suaves festas na cara... mas acima de tudo voltou a sentir aquele olhar sincero e aconchegante. Fez com que se perguntasse sobre quando havia sido a última vez que se sentira assim e rapidamente lá chegou. Recordou o abraço onde se acalmara e se sentira em casa, mas já havia passado algum tempo... Fazia-lhe falta aquela sensação quente, mas achava-se inútil por procurá-la e quere-la de novo...
Tentava antever o seu futuro e vislumbrar um momento onde pudesse repetir o seu encontro consigo mesma, mas não o via numa altura próxima. Seria assim tão complicado conseguir aquele abraço diferente onde pudesse encontrar compreensão? É que aí os olhares passariam de normais para fogosos de amizade intensa.
O seu pensamento parou. Perguntou-se porque é que se havia lembrado de tal coisa, que agora só a faria ficar triste. Já chateada consigo mesma, virou-se para o outro lado da cama. Talvez conseguisse dormir mais cinco minutos, o suficiente para apagar aquela ideia. Recordar algo bom era sempre sinónimo de um sorriso feliz, mas desta vez seria ansiar pela compreensão de alguém que naquele momento não existia. Não que ela não soubesse onde encontrar o colo que lhe faltava, porque sabia exactamente onde ele estaria, mas apenas porque não achava que ele a pudesse compreender... Como seria possível que desejasse tanto um simples abraço?

sábado, 11 de julho de 2009

continuar a acreditar

Ando por aí pensativa de mais. Existe tanta coisa que me prende a atenção, sobre a qual raciocino e tento chegar a uma conclusão, mas nunca consigo... Para além de vontades e de quereres, existe tanto por trás. Não sei se o mundo não seria mais fácil se não houvessem preocupações... Cada um tomaria conta de sí no seu egoísmo desmedido, sem saber o que são outros e o que se sente por eles. Mais fácil seria, certamente, mas seria também tão mais estúpido...
Pergunto-me muitas vezes sobre aquilo que sinto pelas pessoas, mas nunca consigo entender o que é. Acho que o meu gostar não encontra fim e muitas vezes faria melhor se fosse mais contida. Relembro a cada dia que tenho de deixar ir e pronto, não pensar demasiado sobre o que quer que seja. Acabo por fazê-lo, mas o fim é o mesmo: mesmo não pensando, a habituação a algo ou alguém, vem, e o carinho que lhes tenho, ainda que inconsciente, está presente. Quando me decido a pensar sobre isso, vejo o que não quis ver: algo já faz parte de mim.
Já me disseram que sou ingénua demais. Sempre o ouvi, mas foi algo em que nunca pensei concretamente, até agora. Não tenho medo em afirmá-lo: talvez sim, talvez eu seja ingénua... Não consigo ver maldade até que mal me façam. Por ser assim acabo várias vezes estendida no chão, com mais uma lágrima que me obriga a perguntar porque é que gostei assim tanto... No futebol sempre joguei à defesa, mas pelos vistos fora daquelas quatro linhas não sei fazê-lo... Porque será?
Hoje não sei sobre que pensar. Acho que ando saudosista demais... Durante horas o meu nó na garganta é apertado e vejo na minha cabeça caras sem fim. Rostos que conheço e que, por um bom ou mau motivo, me trazem recordações. Acabo por retrospectivar aquilo que tenho sido e nem eu consigo defini-lo... Há tanto que poderia ter sido dispensado, mas também tanto que deveria ter explorado mais. Oiço as minhas músicas calmas, preferidas desde sempre, onde em cada uma delas me encontro... Tenho saudades, tantas. Lembro-me de caminhos e lugares, de olhares e promessas, sítios e pessoas com as quais gostava de estar somente agora, neste momento. Faz falta, faz imensa falta. Aquela praia, aquele túnel. Aquele rio, aquela vista. Toda a água onde me encontro e onde fui, sempre, somente eu na minha pureza maior. Se ao menos pudesse ter tudo de novo...

terça-feira, 7 de julho de 2009

A vida

É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
Inútil o desejo e o sentimento...
Lançar um grande amor aos pés de alguém
O mesmo é que lançar flores ao vento!
Todos somos no mundo «Pedro Sem»,
Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento,
Sabe-se lá um beijo de onde vem!
A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
Uma saudade morta em nós renasce
Que no mesmo momento é já perdida...
Amar-te a vida inteira eu não podia.
A gente esquece sempre o bem de um dia.
Que queres, meu Amor, se é isto a vida!
Florbela Espanca
. porque me sinto assim

segunda-feira, 6 de julho de 2009

20

Ontem quando cheguei a casa trazia todas as palavras que iria colocar aqui na minha cabeça, mas o sono e o cansaço foram mais fortes do que a força de escrever sobre este teclado. Foram três dias de Colete Encarnado, mas acima de tudo três dias onde o meu sentimento de plenitude foi uma constante. No meu último caminho para casa, tocava no meu rádio aquela melodia que diz "forever young, I want to be forever young" e parece que foi mais forte do que eu. Existe muita gente que, ao fazer mais um ano, faz mais um ano e pronto. Acho que até agora eu tinha encarado as coisas dessa maneira, mas para mim este ano foi diferente... Fiz uma retrospectiva de tudo aquilo que tenho vindo a ser e, acima de tudo, senti o peso! O peso, não da idade, mas sim da responsabilidade. Afinal de contas, tudo aquilo que vejo à minha volta tem de ser encarado com o máximo de seriedade possível. Este ano eu soube que tinha mesmo de largar os livros infanto-juvenis e escrever o meu, com toda a convicção, pela minha mão e pela minha cabeça. Agora sinto-me feliz, acho que posso considerar este aniversário como um ponto de viragem onde me vou esforçar por ser fiel a mim mesma, mais ainda.
Como o pensar demais sobre tudo isto já tem algum tempo, quis que este aniversário trouxesse até mim as pessoas de quem mais gosto. Penso que foi uma necessidade premente que senti ter, mas decidi não me preocupar muito com isso. Sempre gostei de surpresas, pena não serem todas positivas... Este ano posso dizer que fiquei bastante surpreendida com todos aqueles que acabaram por se mobilizar ao facto de uma míuda como eu fazer anos, ou não... Desde o primeiro ao último momento, recebi parabéns antes da hora, depois da hora, na hora certa. Ouvi imensas vozes entoarem a música que já conheço à 20 anos. Fui feliz, do início ao fim.
Não costumo fazer aqui os meus agradecimentos de forma directa, mas hoje quero dar a conhecer os nomes daqueles que me fizeram sorrir e reprimr lágrimas durante três dias de festa. Não querendo ser injusta para com todos os que estiveram comigo em vários momentos, tenho de refinar o meu destaque e referir apenas alguns. Em primeiro lugar, tenho de deixar um beijinho aos meus pais por me aturarem a cada dia e me deixarem ser e seguir aquilo que quero. Um beijinho também para a minha irmã, que esteve comigo na hora dos meus parabéns e ao meu irmão, que me ofereceu um desenho lindo e com um pormenor bastante explícito onde dá para perceber claramente que sou eu a retratada. Beijinho para a Cátia Travassos, por ter vindo de longe para estar comigo e também para a Rosita e para a Patrícia por, em conjunto com a minha irmã e o Filipe, terem sido as primeiras pessoas a cantar-me os parabéns. Um beijo enorme e um agradecimento bastante sentido e reconhecido à escstunis! Depois de os acompanhar várias vezes ao longo destes dias, dedicaram-me o "Sonhando" e fizeram todo o Largo da Câmara cantar-me os parabéns. Certamente que é um momento que nunca irei esquecer, porque mais uma vez sei que é com tudo de mim que sou escsiana. Foi muito especial. Um beijinho para o Filipe, Santa Fé. Mais um beijinho para o Marinho, que me aturou tempos sem fim. Quase chegando ao final, deixo outro beijinho desta vez para a tertúlia do PS, que durante três noites me viu passar de sorriso na cara. Para além de que foram os primeiros a cantar-me os parabéns a alto e bom som chamando-me Ana, tenho de deixar um beijinho maior para a Isabel, o Ricardo Teixeira e o João Pedro Baião. Espero que tenham gostado da minha ginginha! Por fim, um beijinho enorme para aqueles que me aturaram do início ao fim e que nunca disso se queixaram. Companheiros de touradas, de risotas, de inúmeras cantorias de parabéns aos berros por toda a parte, chamei-lhes os três mosqueteiros. Porque sem eles não teria sido igual em todos os momentos: Capucha, Dani e Marco - os melhores.
Sem dúvida que foi o meu melhor aniversário de sempre. Mesmo nada tendo planeado, houve de quem tenha sentido falta... Porque mesmo absorta em sorrisos, não consigo esquecer tudo aquilo que está presente cá dentro. Infelizmente, faltou a palavra de algo que ocupa um grande espaço no meu coração... Parece que, mesmo com mais um ano, os meus sentimentos não desapareceram por magia. Custa não poder contar com uma palavra especial de alguém especial, mesmo que seja num simples dia onde faço mais um ano do que aqueles que já tenho... Afinal, continuo a mesma de sempre.
Muitas surpresas positivas foram aquelas que tive e que não me deixarão esquecer estes dias tão depressa. Ainda que consigam ser mais fortes que o amargo nó da minha garganta ao recordar a desilusão, não consigo apagá-la... Enfim, o que mais importa é que apesar de tudo este foi o meu melhor aniversário de sempre. Ontem o Colete despediu-se com foguetes, no rio. Hoje, despeço-me com sono e uma leve constipação, mas certa de que estou feliz, ainda que tenha de lidar com as pequenas adversidades da vida...
O meu muito obrigada a todos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ão

Podia dizer mil e uma coisas, mas não.
Apenas caí redonda no chão.
Lágrima que me arde na mão,
nada mais que mágoa no coração.