tag:blogger.com,1999:blog-12259614025491855902024-02-20T08:43:05.439-08:00^meu refúgio de ilusãosítios por onde me perco, caminhos da imaginação vastos e subtis, lugares, encontros, pensamentos. de mim, em letras, em palavras.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.comBlogger275125tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-25699219667265286722016-08-24T15:14:00.004-07:002016-08-24T15:20:50.849-07:00certezas do fimÉ esta certeza de que não vai acabar bem, porque vai simplesmente acabar. Porque o encantamento vai passar o prazo de validade e, pior que isso, a normalidade vai dar lugar à desilusão incompreendida sem capacidade para responder a todos os "porquê", "não sei", "enfim".<br />
É esta certeza de que o que se construiu levou a um retrocesso. Que a responsabilidade ganhou um ir e trouxe o egoísmo consigo. Que a capacidade de ser incapaz é nata e inerente.<br />
Não se sabe o que faz com que, em algum momento, se ache na melhor forma e se esteja simplesmente na pior. Porque o respeito próprio esquece o respeito p'los outros. Porque só se agradece quando convém e não quando é genuinamente sentido.<br />
Sim, é a certeza de que o crescimento não vai desculpar a imaturidade. A constante afirmação de que não vai acabar bem, porque tudo se constrói para que acabe. E mal.<br />
Talvez falte um tijolo rematado directamente contra o coração, que envie as mensagens esquecidas à cabeça. Que faz com que, afinal, ainda se saiba ouvir o que de mais nobre se tem em vez da sempre vespertina e irrequieta vontade do que quer que seja.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-80497098018303486862016-08-18T07:37:00.000-07:002016-08-18T07:37:06.655-07:00a cantoriaEmbalada pelo sol, começava mais uma tarde no escritório. As tarefas eram iguais às de sempre e nem uma brisa a entrar pela janela trazia novidade a este dia. Apenas o pensamento, esse voador incansável, ganhava forças para ir a qualquer lado, saltando rapidamente de ideia em ideia, fossem elas tão intrinsecamente ligadas como distantes.<br />
Com a mão no rato e olhos fixos no ecrã, nada via. Os phones automaticamente sobre os ouvidos estavam em silêncio. Perguntou-se como seria poder fazer qualquer outra coisa que não esta, que implicasse movimento e uma correria constante... era disso que sentia mais saudades. Grandes desafios estavam a aproximar-se, mas será que seriam suficientemente grandes para a satisfazer ou apenas se chegaria mais rapidamente a uma ruptura movida p'la rotina que explodiria como todas as bolas de sabão?<br />
Algo precisava de ser feito. Por pequeno que fosse, algo tinha de ser diferente, aqui, neste dia... Então decidiu.<br />
Afiou todos os lápis que estavam dentro do seu copo quadrado e deixou-os com o bico bem proeminente virado para cima. Assoou-se sonoramente para um lenço de papel e bebeu de um só trago a água que restava na garrafa. Depois de respirar fundo levantou-se de um salto e cantou, a plenos pulmões. Enquanto isso, a sua cara expressava cada palavra daquela lírica, bem como os movimentos graciosos do seu corpo que combinavam com a métrica das frases. Os outros seres vivos do escritório ficaram perplexos, assistindo ao espectáculo sem reacção.<br />
Quando deu por terminada a sua performance, voltou ao seu lugar, colocou os phones novamente e continuou a trabalhar no computador. Só aí, nesse movimento de novo comum, se sobressaltou. Adormecera por breves minutos, mas ninguém tinha dado conta...<br />
Não ficou triste quando se apercebeu que não tinha cantado. Lembrou-se apenas de todos os pequenos pormenores que construíam o seu dia a dia. Afinal de contas a rotina não era nada mais, nada menos, do que simplesmente maravilhosa e feliz. Feliz como não antes, por isso diferente todos os dias.<br />
Assim, poderia de facto levantar-se da cadeira e actuar todos os dias para os seus colegas inanimados. Eles sim, presos à falta de criatividade de se saber ser plenamente completo.<br />
<br />Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-29507376092622052452016-04-06T10:05:00.002-07:002016-04-06T10:05:36.167-07:00perdidosEm muitos momentos dou pelas recordações, pelas imagens e pelos sentimentos. Os pensamentos voam, na procura de algo que explique a segurança que nunca existe. Há uma incapacidade total de te entender e é por isso que te tornas tão forte, ao seres tão unicamente estranho.<br />
Todos os dias decoro e esqueço os teus traços, para me permitir descobri-los novamente no dia seguinte. Há sempre um recanto na tua pele que nunca vi e a novidade é absolutamente magnífica de tão banal e minúscula.<br />
Sei do cais de onde nos atirámos, com medo de naufragar para longe das fugidias ondas que testemunhavam momentos singulares e sem repetição. Às vezes penso que seria bom voltar lá, mas sem voltar atrás. Porque cada volta nos dará mais segundos, sempre diferentes, com novos sentires e olhares, mas com cada vez mais crescimento de um coração que se faz mais homem todos os dias.<br />
Poderia explicar a plenitude de descobrir sempre mais de ti, de ter sempre mais de ti, de sentir sempre mais de ti. Não o faremos porque sempre temos mais, porque cresceremos mais e porque queremos mais. Por isso és mais, tu sabe-lo.<br />
"A vida diz-nos sempre que as coisas mais improváveis são as que fazem mais sentido". Lembraste?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-83208051035733008622016-02-10T05:55:00.002-08:002016-02-10T05:55:59.099-08:00voz, 10julho<br />É a forma como colocas os lábios. A doçura pequena com que pronuncias as palavras e terminas os plurais. É o teu olhar profundo que reflecte aquilo que vês... é o teu pensamento dito em silêncios tão teus que o conforto de os ter é mais natural que o ar. É a meninice que dás num sorriso puro e inocente.<br />É o homem em que te tornas quando puxas de um cigarro. É a convicção que trazes presente em tudo o que dizes. É a vivacidade que colocas nos movimentos. É a forma desajeitada com que caminhas e a tentativa de parecer sempre mais forte.<br />É a energia que carregas e os ensinamentos que constróis. São os momentos em que ganhas a coragem de ter a iniciativa. São as tuas mãos quando procuram o meu toque. São os abraços calados. São os olhos nos olhos. São a confiança cega e todo o medo do mundo. É aquilo que flutua no meio de nós e que mais ninguém vê. É a insegurança repleta de certeza. A incredulidade mascarada do maior que pode existir.<br />É a forma brilhante em que és tão menino. É a forma brilhante em que és tão homem.<br />Será a forma brilhante em que dizes seres meu?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-46598634441929373322016-01-27T10:30:00.000-08:002016-01-27T10:30:08.761-08:00sabes?Sabes, a vida tem mesmo a capacidade de nos surpreender. De nos dar tudo quando achamos não merecer mais nada, de nos pôr molas debaixo dos pés que nos fazem saltar para tocar nas nuvens e provar o seu sabor. A vida é capaz de nos mostrar o quão pode ser imprevisível e doce, todos os dias. Que os momentos mais difíceis são e serão sempre suplantados por outros tão mais fortes, tão mais verdadeiros.<br />
Sabes, acho que os momentos em que não nos sentimos nós são apenas a preparação efémera de que precisamos para aproveitar o que importa. O estímulo desconfortável para que possamos ser capazes de dar valor ao que é genuíno e imperfeitamente perfeito. São precisos os momentos em que desabo, a magnitude de sentires horríveis que me dão. Tenho a convicção de que, depois desses mesmos momentos, vem a recordação de ti, do que és, do que constróis, do que dás e do que me fazes querer oferecer. Da magnitude do bom que fazes despoletar em mim e me mostra que, todos os dias, é importante viver.<br />
Sabes, não faço ideia do caminho da vida... nunca farei. Mas tenho aprendido com ela, sempre que posso, sempre que ela mo deixa. Sei, por isso, que o meu coração te enaltece, uma e outra vez, com alma e com razão. Com sentido, que só existe porque é inconsciente. Tal como tu, que não tens motivo nem conhecimento, apenas certezas inconstantes de que o caminho será sempre o certo, enquanto o fores trilhando.<br />
Sabes, posso dizer tudo que nada passará de palavras escritas, umas atrás das outras, a procurar ser reais. Nunca conseguirei dar-lhes valor, mas ainda assim teimo e tento, repetidamente, expressar-te a ti mesmo. Para que te valorizes, para que acredites mas, sobretudo, para que nunca tenhas a mais pequena dúvida de que aquilo que não sabemos dizer, escrever e até pensar, é sempre mais verdadeiro do que tudo o que possamos dizer.<br />
<br />Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-38037151711437648182016-01-22T16:13:00.001-08:002016-01-22T16:13:14.130-08:00Vocês.Sorriu. Sentiu as lágrimas que se avolumavam naquela caixinha entreaberta, mesmo ali, atrás dos olhos. Mirou o infinito e então falou:<br />
<br />
<i>São pessoas altruístas. O outro está sempre em primeiro lugar e fazer mais pelos outros é algo que não conseguem controlar. Esquecem-se muitas vezes deles mesmos. Não se importam com o cansaço, nem com coisas negativas que possam vir a sentir, enquanto o outro precisa deles. E o outro precisa sempre deles, porque há vários outros... e a todos respondem com prontidão, vontade e empenho tal que não é possível não os invejar.</i><br />
<i>Têm uma verdade absoluta lá contida, que transparece em cada partícula da atmosfera que os rodeia. Tudo lhes provém do coração. Confiam e entregam-se à pura arte do dar sem querer receber. São genuínos, como não há outros. </i><br />
<i>Já viram o melhor e o pior de mim. Viram o pior de mim e mesmo assim permanecem. Não vão embora.</i><br />
<br />
Sorriu de novo e respirou fundo, para que aquela gota que se esgueirou para o canto do olho não caísse. Foi assertiva consigo mesma, cimentando o seu pensamento: "Viram o pior de mim e mesmo assim permanecem". Isso tinha de lhe querer dizer alguma coisa. Tinha de ser a força para afastar as espirais descontroladas em que, muitas vezes, se colocava sem motivo. Não havia motivo, não podia haver motivo, não com estas pessoas. Continuou:<br />
<br />
<i>O caminho foi construído com uma transparência sem propósito. O caminho foi e continua a ser traçado de forma genuína, com o momento. </i><br />
<i>É a verdade dos sentires, do conhecimento, dos saberes que partilhamos que está sempre inerente ao percurso que, a cada minuto, fazemos juntos. Tem de ser assim, inconscientemente. Não porque o queremos, mas porque só assim o sabemos ser. </i><br />
<i>Com verdade, com transparência, com amor. Com a permissão de sentir o que quer que seja, sem julgamentos.</i><br />
<i>São pessoas altruístas, sim. Verdadeiras, genuínas! Que ficam, todos os dias, onde quer que estejam.</i><br />
<br />
Quando se calou, o seu pensamento divagou por segundos. Mais uma vez soube que lhes seria eternamente grata e que, por mais que tentasse, nunca saberia explicá-lo a ninguém. Afinal de contas, a pergunta tinha sido apenas:<br />
Porque é que essas pessoas são tão especiais para ti?<br />
E uma vez mais ficou muito longe de uma explicação que sabe que nunca conseguirá dar. As palavras não lhes fazem jus.<br />
<br />
<i>Os sons do coração são a mais bela melodia de amor que lhes poderei atribuir.</i>Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-76474969943075214932016-01-07T06:57:00.001-08:002016-01-07T06:57:48.322-08:00pestanasDe todas as vezes. É preciso decorar-te os traços, ver-te as marcas. Saber-te de cor, para afastar a efemeridade das memórias. Cimentar-te a suavidade, as formas, a delicadeza. Agradecer-te a verdade. A conexão que criaste, tão nossa.<br />
De todas as vezes. Existem pensamentos que não têm voz nem razão, que são apenas reflexos espelhados do coração. Há certezas indefinidas e seriedades sentidas até ao mais pequeno grão que paira no meio de nós.<br />
De todas as vezes. Há a vontade de gritar para extravasar o que te sinto, na incapacidade de expressar com clareza o que será que é. De todas as vezes.<br />
De todas as vezes és a maior dádiva que já conheci. A mais pura ingenuidade que alcança a perfeição com cada um dos seus defeitos.<br />De todas as vezes direi que te amo.<br />
De todas as vezes... Isso nunca será suficiente.<br />
Podes só ficar por aqui? De todas as vezes.<br />
Para que cada fio das tuas pestanas possa ser beijado com a força do meu coração.<br />
<br />Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-49305779879872565162015-12-30T17:27:00.002-08:002015-12-30T17:29:34.293-08:00bomba relógioTrês... Dois... Um...<br />
Vês os números no visor da bomba e já sabes que não há volta a dar. É demasiado tarde para perguntar se o fio a cortar é o vermelho ou o azul, vai, simplesmente, rebentar.<br />
Caboum. O estouro é inaudível mas destrutivo.<br />
Em todas as direcções voam cacos, pequenos pedaços que antes foram um todo. A tua respiração é ofegante e precisas de fechar os olhos para te concentrar. Tens de, a todo o custo, alcançar a calma.<br />
Quando consegues abrir os olhos todos os bocadinhos estão suspensos à tua volta, numa redoma sem gravidade. A fundo, analisa-los todos. Pegas num que colocas à tua frente. Depois, no seguinte que lhe dará continuidade. Ao fim de três peças juntas, começas a ver uma forma que te lembra o cenário que existia antes da bomba rebentar... mas ela rebentou.<br />
Começas a reescrever a história, pedacinho por pedacinho, e sabes-lhe a beleza de novo. Sorris-lhe, ao mesmo tempo em que a tua respiração torna a ficar natural sem te dares conta.<br />
Quando o puzzle está montado, é preciso limar as arestas e reforçar aquilo que o une, sem esborratar. Aí concentras-te noutro aspecto: o que foi que activou esta bomba relógio? A mal ou bem, assumes para ti as verdades mais cruéis. Aquilo que pode ser duro, mas que é, mais que qualquer outra coisa, honesto. É o que te faz evoluir.<br />
No fim, dize-lo. Fazes o que for preciso para garantir que a bomba parou e as pecinhas voltaram a ganhar sentido. Nesse momento, sem te dares conta, começa um novo ciclo.<br />
Cem... Noventa e nove... Noventa e oito...<br />
A contagem ainda está longe e não consegues dar por ela. Talvez seja hora de apurares o ouvido a tempo, para conseguires saber que fio escolher: azul ou vermelho? Foca-te, tenta, acredita. Quando souberes que fio é, estás mais seguro.<br />
Não queiras correr o risco de voltar a partir aquilo que tanto gozo te deu juntar ao longo dos dias.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-9189687778116303372015-12-06T16:25:00.001-08:002015-12-06T16:25:04.635-08:00sushi<i>Enquanto conduzia o carro de volta a casa, sorriu. Recordou-se da estreia mas percebeu que, afinal, não se lembrava de todos os pormenores. Somente do importante. </i><br />
<br />
Não sabia onde se tinham encontrado, qual a primeira conversa. Mas sabia que confiara sem receios. Sabia que aquele à-vontade demasiado preenchido pelo nervosismo lhe dera a capacidade de arriscar todos os minutos na procura de algo com substância, se assim tivesse de ser.<br />
Sabia de cor aquele olhar desconcertante, que parecia saber todos os seus segredos sem sequer os dizer. Aquela força lá contida que julgava ou que apenas, sem porquês, procurava descobrir. Sabia que sentira o seu corpo nu e que o seu pensamento havia estremecido.<br />
Sabia que lhe foi dada a capacidade de ser como é e não ter receio por isso. De estar ali, de corpo e alma, bebendo cada gota do café na mesma dimensão dos sentires que procuravam um pretexto p'ra se libertar.<br />
Lembrou pormenores que não se tinha lembrado nas outras inúmeras ocasiões em que aquele estremecer genuíno lhe voltara à memória.<br />
<br />
<i>Seria um sonho? Uma ilusão do quotidiano que lhe dá sentires demasiado reais p'ra serem verdade? Pensa que tem de ser um sonho, que nunca teria esta sorte.</i><br />
<br />
Até que se lembra, uma vez mais, da mão quente que lhe agarrou o pescoço e dos olhos penetrantes de honestidade que vira mesmo antes disso.<br />
<br />
<i>Ainda agora o arrepio lhe percorreu a espinha... Isso é a recordação mais vivida de que o sonho não é nada mais nem menos de que a sua vida movida de um amor incondicional.</i><br />
<br />Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-36704067585377855512015-12-02T17:58:00.001-08:002015-12-02T17:58:17.202-08:00F.Não sei como nos conhecemos. Nem como nos fomos. Sei que foste daqueles seres para os quais a minha curiosidade olha e automaticamente pensa que "vou apanhar-te".<br />
Apanhei-te, mais do que o podias imaginar. De forma genuína e pura, porque sim. Porque podíamos... e pudemos. Recordo-me de poucas mas tão boas coisas: da minha incredulidade que me fez chamar-te padrinho, do teu alcoólico discurso que te fez chamar-me madrinha. Assim, sem explicação, nem 'como' e muito menos 'porquês'.<br />
Lembro-me tanto dos sentires... da alegria intensa da certeza da tua escolha, da cumplicidade de uma dança desajeitada, da música que nos faz correr um pró outro, da proximidade demasiado evidente, do olhar que nada diz e tudo sabe.<br />
Lembro-me, até, em demasia, do medo. Que ainda hoje me percorre as veias sempre que te olho e penso que o meu pequeno está a crescer, a ser autónomo, feliz, coerente, sincero, honesto e que, com o seu esforço e perseverança, está a conquistar o seu lugar.<br />
Nunca poderás tu sentir um milésimo do orgulho que te tenho, da vontade que te conheço, da compreensão que te ganho e do horrível medo de sem ti ficar.<br />
Esta aqui, que se assina, é somente aquela que derrama lágrimas escondidas de cada vez que dizes julgar ser loucura e ousadia as vezes em que te pedi que cantasses com tudo de ti. Como só tu sabes. Como só tu me chegas lá ao teu cantinho, no coração.<br />
Parabéns, meu pequeno.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-24091559508783953312015-11-02T12:44:00.002-08:002015-11-02T12:44:25.358-08:00pássaroConfia em nós. Permite-te voar.<br />
Boa noite, dorme bem.<br />
<br /><br /><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/i2Knrs3rpig" width="560"></iframe>Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-63125976710067880162015-11-01T03:15:00.002-08:002015-11-01T03:15:51.455-08:00escuroDe manhã. <br /><br />As persianas fechadas, o escuro sendo imperador. A cama quente, o corpo dorido de se revolver à horas de mais. Não há posição. <br /><br />A cabeça tapada, os olhos doridos. Os pensamentos ágeis e sofridos, incessantes na necessidade de se extrapolarem. A cara com o sal, vincado.<br /><br />A barriga sem fome, a mente sem vontade. Não há saída, pelo menos não agora. O medo treme no corpo que fica frio, dentro da estufa. Abraça-se a si mesmo, tentando convencer-se de que não há razão para a sua existência. Mas há.<br /><br />A incerteza de que um olhar possa não mais existir daquela forma é força suficiente para que as horas passem e as persianas se mantenham fechadas. Tal como o corpo morto, dentro dos lençóis, procurando um propósito que seja para continuar a querer viver.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-731412746900950092015-10-25T15:44:00.003-07:002015-10-25T15:44:28.759-07:00NãoNão. Apaga a luz e vem deitar-te. Aquece-me as mãos e dá-me o teu braço como almofada. Prende-me uma perna com os teus pés e diz-me "boa noite, dorme bem". <br />Não. Deixa-me estar apenas a ouvir o teu respirar, a focar-me em não me mexer para não te acordar. Vou tapar-te durante todo o tempo para te saber com o melhor sono possível. <br />Não. Eu quero saber que tenho a cama mais aquecida pelo amor que nos mantém. Eu quero acordar no meio da noite e sorrir quando o meu consciente me lembrar de onde estou. Com quem estou.<br />Não. Hoje quero que me cantes uma canção de embalar e que me mexas no cabelo até eu adormecer, hipnotizada pelo teu olhar fundo que tão bem me lê. <br />Não. Hoje não aceito. Hoje não quero e hoje não suporto. Hoje não. Não. Não me deixes ir embora. Não me deixes sair debaixo deste tecto e não me faças entrar por entre lençóis sozinha. <br />Não. Hoje não posso ficar sem ti enquanto a lua, lá alta, testemunha que aquilo que nos somos e que é verdadeiro como o construímos. Não. <br />Hoje não fico sem ti. <br />Não sei como isso é.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-44278258362978912922015-10-13T14:11:00.000-07:002015-10-13T14:11:54.623-07:00fuga e mistérioQuanta é a saudade que te tenho e não te sei explicar.<br />
Quantos são os pensamentos que te faço e não te sei explicar.<br />
Quantos são os sorrisos que te imagino e não te sei explicar.<br />
Quantos são os medos de que te apanhes numa solidão profunda e não te sei explicar.<br />
Quanta é a vontade de correr para ti e não te sei explicar.<br />
És a fuga e o mistério, a verdade incerta de tão convicta que permanece sempre, a cada dia, naquilo que sou.<br />
Lembro-me de quando isto ainda era normal, se é que alguma vez o foi, em que tanto podia aprender de ti como ensinar-te. Em que as horas não passavam e às tantas o relógio marcava 4h da manhã e o assunto não se esgotava. Em que o abraço forte e gigante a cada despedida tinha cada vez mais calor, cheio de sentires intensos e tão verdadeiros.<br />
Quanta é a falta que fazes, sem que o saibas.<br />
Quanta é a grandeza do que és, sem que o saibas.<br />
Quão importante é ver-te crescer assim, sem que o saibas.<br />
Quão verdadeiro é imaginar o nosso futuro, sem que o saibas.<br />
Quão único é aquilo que nos somos, sem que o saibas.<br />
Nem eu o sei.<br />
Ou então sabemo-lo ambas, demasiado.<br />
Já te disse que tudo contigo tem outro sabor?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-85015755971071702402015-10-08T17:02:00.000-07:002015-10-08T17:02:34.956-07:00o diaHoje é o dia. O nosso dia. Aquele em que nos fizemos. Aquele em que nos celebramos. Oiço de novo a tua pergunta inquieta, mas convicta. Arriscando tudo, desde logo. Com a certeza de que as horas seriam dias, os dias seriam semanas, as semanas seriam meses e os meses são anos... Mas ainda tendo a benesse de toda uma vida p'la frente p'ra nos partilharmos, juntos.<br />
Lembro-me da primeira vez que te derramei uma lágrima. Sem aviso, com um nó tão grande na garganta. A essa muitas outras se seguiram. Numa noite infinita, cujos pensamentos se amontaram numa única conclusão. Confesso que solucei de dor... mas tive a certeza que te amava.<br />
Sabes... Hoje é o nosso dia. Tal como foi ontem. Tal como foram todos até hoje. Como será amanhã. Faremos de todos os dias nossos. Seremos em todos. Já não dá para ser doutra maneira.<br />
Todos os dias são nossos. Até aquele em que verás uma flor no meio da rua e darás por ti a colhê-la... p'ra ma oferecer e surpreender com o sorriso que só tu tens.<br />
Sei que o meu olhar te confirmará que acertaste em cheio. E que o meu coração te dirá que, enquanto eu respirar, os meus dias só são dias se forem nossos. Hoje é o dia. O nosso dia.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-40220761054360671902015-10-05T05:28:00.003-07:002015-10-05T05:28:58.807-07:00sonoJá passa da uma da madrugada quando entra em casa. Larga as malas no chão. Apanha o cabelo, põe o tablet a carregar e veste o pijama. São os automatismos accionados pelo cansaço que apenas pede o descanso merecido após um trabalho intenso.<br />
O sono começa a pesar para que os olhos se fechem, mas ainda assim decide desabafar consigo mesma. Entendam-na: desabafar não tem de ser necessariamente sobre coisas negativas. Pode ser apenas o reconhecer das dádivas que a vida coloca no caminho de cada um, p'lo meio das intempéries que acontecem no mundo.<br />
São as pessoas. Os sentimentos, os sentires. São os abraços traduzidos na manifestação física de um acto irrevogável e maior, presente no coração. São esgares da boca, tão únicos e naturais, aqueles, que permanecem na memória. São aquelas coisas que não se vêem e que pairam no ar, entre dois seres que, sabe-se lá porquê, criam uma conexão que não os deixa serem de outra forma.<br />
Ela lembra-se, brilham-lhe os olhos - sabe-lo. Deita-se um pouco mais e encontra o espaço certo na almofada. O corpo está moído, mas a mente está enérgica. As vibrações saltitantes que tem no peito a cada momento perguntam-se se serão reais.<br />
É a hora efectiva de adormecer. Ela vê-lhe o rosto, as mãos. Sente-lhe o aconchego dos braços e imagina-se de novo lá, naquele ninho onde dormir é tão especial que lhe apetece ficar acordada para o sentir ainda mais. Ela vê o que lhe sente.<br />
Dorme, inconscientemente. Com a mão por baixo da cara, mania que ganhou não sabe como. O seu último pensamento é o mesmo, todos os dias: será a plenitude deste amor mais do que o sonho onde entrará nos próximos minutos?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-13302734702848835542015-09-28T14:01:00.003-07:002015-09-28T14:01:58.285-07:00Culto Perguntou-se porquê. Não conseguiu encontrar resposta. Às vezes a vida traz dádivas que não parecem reais e é difícil aceitá-las. Tentou culpar a sorte, mas não foi capaz de banalizar a questão dessa maneira... E mesmo não chegando a uma conclusão, não conseguiu deixar de ambicionar.<br />
Pensou no passado. Tentou rever todos os dias, minutos, segundos... Procurou uma pista, um motivo, uma razão para a irracionalidade daquilo que estava a viver ganhar sentido. Esse vazio tão cheio de nada manteve-se... E agora fica o impasse, a pairar. Esse lugar tão calmo que é apenas viver um dia de cada vez.<br />
Ela não sabe. Não sabe como aceitar a benção que lhe foi colocada ali, diante de si, com um olhar tão profundo fixado no seu, que por mais que o tente ler nunca descobre o que lhe esperar.<br />
Ela sente-se nua, despida de confiança. Imagina a sua expressão, cheia de medo e embaraço, voltando a ser uma criança desprotegida que procura apenas um par de braços que lhe diga que está tudo bem, que encontrou um porto seguro. E por detrás de um olhar envergonhado, o seu pensamento deseja ardentemente que lhe afague o cabelo, num toque que saberia meigo e cheio de ternura. Nunca lho confessará.<br />
Pergunta-se porquê. Tenta culpar a sorte. Procura pistas que o expliquem... Desiste. Deixa de querer saber e vive. Vive. Sente muito. Promete-se a si mesma: de cada vez que o vir dormir, absorver-lhe-á todos os traços, sentir-lhe-á a suavidade da pele e sorrir-lhe-á. Saberá que aquele momento é real. Em silêncio falar-lhe-á para as pestanas, tão suas, agradecendo-lhe todas as perguntas sem resposta que encontra a cada dia.<br />
Afinal de contas... não é isto o amor?<br />
Ela acredita que sim.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-86310648966273105492015-09-16T09:33:00.001-07:002015-09-16T09:33:39.195-07:00pedestalLá no alto, no teu pedestal, te mantens. Sorris e acenas, nada te destrói. Quem me dera a mim poder viver com essa leveza que carregas.<br />
Na maior parte das vezes queria apenas compreender essa indiferença tão natural que te desperta para todas as realidades, afastando-te do mundo em larga escala. É a despreocupação que nos separa... e separa mesmo.<br />
A angústia preenche-me todos os pedaços soltos da garganta apertada, cujo nó lá fica, cada vez mais amarrado. Sei que te prometi procurar a indiferença, mas acho verdadeiramente que não sou capaz. Tenho demasiadas cicatrizes rasgadas que nem com a melhor massa de polir ficam menos vincadas. Talvez seja esse o problema.<br />
A demasia de coisas que já vi do mundo, os baques que já levei da vida, a incapacidade de não valorizar tudo. Porque o nada que queres que tenha são sempre muitos tudos que se enchem de dúvidas, certezas, convicções e receios.<br />
O teu pedestal continua firme, mesmo com este vento todo que despenteia qualquer cabeça. Imagino-te a falar para o público, com aquele riso despreocupado e costumeiro, tão teu que me dói. Sabes que não estou por perto, mas na verdade estou sempre... é que o meu coração tem controlo remoto e adivinha sempre como estarás, por muito que não o queiras. Eu vejo-te em todos os minutos, ainda que não o queiras.<br />
Vive. Sê-te como és. É isso que te faz a diferença em mim.<br />
Mas não me peças p'ra não te dizer a verdade... é que se há certeza em algum pensamento, é naquele firme que grita que não te mereço.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-54301529449186210762015-09-12T14:26:00.003-07:002015-09-12T14:26:36.690-07:00labirintoExisitirmo-nos num só nunca é fácil. Ainda que possamos ser um, esse caminho está escondido no meio do labirinto em que as paredes se fecham à medida que passamos, impedindo-nos de voltar para trás e escolher outra opção.<br />
Vamos, sem receios. A tua mão puxa a minha e guias o caminho que nos leva ao destino que apenas conheceremos quando lá chegarmos. Gosto dessa tua firmeza, da certeza com que agarras nos meus dedos e segues em frente, impassível, determinado. Sigo-te, segura, ainda que tente muitas vezes espreitar para descobrir o que está em diante de ti. É mais forte que eu...<br />
Vejo lá o perigo, algumas vezes. A ameaça dos cruzamentos que surgem e te obrigam a escolher para onde virar: direita ou esquerda? Sei que escolherás, num piscar de olhos. Que a tua decisão é fácil e imediata, porque sabes quem és e para onde queres ir. Mas eu estou aqui, intrinsecamente ligada à tua mão, e tu sabes que não podemos voltar para trás. Que não podes simplesmente largar-me e seguir sozinho. Não nos sabemos ser mais sozinhos.<br />
Então tenho de te chamar dessa tua batalha com o labirinto. Tenho de colocar toda a minha força e puxar-te o braço, fazer-te estacar e olhar para mim. Falar-te. Lembrar-te que ainda aqui estou e que é preciso ponderar tudo. É preciso olhar para as escolhas, a direita e a esquerda, com transparência, frontalidade e razão.<br />
Estacámos. Colocamo-nos lado a lado. E é aí que te quero perguntar se podemos decidir em conjunto. É nesse momento em que sei que, ainda que existirmo-nos num só não seja fácil, estamos a tentar e estamos a querer encontrar o centro do labirinto juntos. Eu gosto de seguir-te, gosto do teu instinto e da tua força. Da segurança da tua convicção. Mas a opção não é só uma e temos de nos lembrar disso.<br />
Já te disse: é mais forte que eu espreitar para diante de ti. Se assim não fosse, como poderia eu encontrar a força para te parar e fazer pensar nas opções que poderão vir de cada uma das estradas? Terra batida ou alcatrão? Relva ou lama?<br />
Sei que decidirás, por ti. Por nós. Sei que te seguirei sem hesitar, para onde quer que vás. Afinal de contas, este é o nosso labirinto. Admiro a tua força para continuar. Mas... será que tu também não admiras a minha?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-16415921201450075282015-09-09T15:00:00.002-07:002015-09-09T15:03:42.454-07:00TempestadeÉ assim. Sem aviso, sem necessidade, sem premonição. Basta uma palavra, um suspiro, um silêncio. Basta qualquer coisa indefinida mas suficientemente perspicaz. É só isso. O mundo abala-se de novo, como de todas as outras vezes, e tu só tens de arranjar forma de te abrigar da tempestade e esperar que passe. Não vale a pena de outra maneira.<br />
Mas insistes, lutas e tentas derrubar essas forças da natureza de todas as vezes em que vem uma tempestade. Colocas tudo de ti na esperança vã de que as nuvens cinzentas sigam outro rumo e te deixem descansar por um pouco. Nunca resulta.<br />
As tempestades são assim. Chegam, rebentam em todas as direcções e não há nada a fazer se não suportá-la o melhor possível. Encontras o abrigo da noite e no silêncio do isolamento dos outros, fechas os olhos e adormeces até que a chuva se dissipe e os raios de sol espreitem, timidamente.<br />
Não sabes o porquê destas tempestades que aparecem de tempos a tempos, só sabes que elas virão e assombrarão para sempre a confiança da sombra que podes ser daqui para a frente.<br />
E daqui para a frente ninguém sabe como é... Só podes saber que a tempestade voltará e que não há nada que te salve dela se não a crença de que um dia a chuva te poderá lavar a alma.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-52961590187529134932015-09-01T04:51:00.002-07:002015-09-01T04:51:20.257-07:00camisa nobreSei que te cheguei destruída. Em farrapos que tentam voltar a ser vestidos de novo, numa peça de roupa podre completamente desacreditada da sua capacidade de se tornar um novamente. <div>
Cheguei-te assim, mas cheguei-te. Porque mesmo em farrapos não deixo de ser a camisa mais nobre e esperançosa que alguém deitou ao lixo. Mas o meu pano está muito amarrotado e é-lhe difícil aceitar que poderá ser uma só peça novamente… <div>
Em todos os momentos tento suaviza-lo, mas preciso que empregues o teu melhor ferro de engomar para que eu consiga fazê-lo. A minha vontade está lá. Eu quero ser uma camisa de novo e quero que me vistas. </div>
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Com o melhor de mim, com o melhor que eu possa ter e ser, depois de farrapos sujos e velhos. </div>
</div>
Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-22876469766361906092015-08-13T05:46:00.002-07:002015-08-13T05:46:22.909-07:00Tic-tac (1 - perdido - de 15.04)Tic-tac. Tic-tac. Tic-Tac.<br />Num a tua cara, noutro o teu nome.<br />E alguém poderia adivinhar que se ergueria algo assim?<br />Entre os momentos o coração acelera em picos de adrenalina, transformados em medos sinceros deste nada nunca passar a ser o perto de tudo. Os desejos ficam ansiados e já não se sabe o que querem alcançar… Será demasiado? Será apressado? Será, até, propositado?<br />Tens de entender: a minha calma ficou abalada no momento em que, na tua inocência, fizeste abrir uma passadeira para o meu coração.<br />A responsabilidade aumenta, o querer alcançar o propósito de tudo num ápice é incontrolável, ainda que impossível. Sabemos que o tempo dirá o resultado, porque diz sempre. Mas é assim tão mau não querer esperar?<br />É que a felicidade está já ali, ao virar da esquina, e o tic-tac que me percorre o cérebro enquanto para lá caminho faz com que os sorrisos e as lágrimas sejam irmãos. Quer de medo, quer de amor. <br />Mas afinal de contas como é que controlamos isto? Como é que modelamos quem somos no percurso até que ambos sejamos? <br />Estes tic-tac inexplicáveis são os mais puros, os mais inquietos. Os mais autónomos e também os mais esperançosos.<br />No meio desta construção que esperamos forte, um pensa demasiado enquanto outro vive. <br />Ajudas-me para que vivamos somente os dois?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-52952035549492521742015-08-11T05:51:00.001-07:002015-08-11T05:51:38.190-07:00Z<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Pxm8CSvZN40Jv7s5TovIPQRaPQEGpTVmPirJKMypH6lh6Cqk1SEm3htqozsnM9El_35R91DWTEE0jBljp9T-qO8AHlVzTKSJSofnvoYemZZ3cDzxhKXtTa5-9rkT3WmbFc4EIUn2BxMU/s1600/2015-07-25+21.29.19.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1Pxm8CSvZN40Jv7s5TovIPQRaPQEGpTVmPirJKMypH6lh6Cqk1SEm3htqozsnM9El_35R91DWTEE0jBljp9T-qO8AHlVzTKSJSofnvoYemZZ3cDzxhKXtTa5-9rkT3WmbFc4EIUn2BxMU/s320/2015-07-25+21.29.19.jpg" width="320" /></a></div>
<br /><br />Perguntam… “o que foi que aconteceu?”. <br />Foste apenas tu, que decidiste amarrar-te a mim sem que o assumas, tal qual o ‘Z’ marcado por aquele sonhador de capa negra em noites escuras, que não pretende mais se não ensinar a vida a deixar-se amar.Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-30883494173191978002015-08-09T15:25:00.001-07:002015-08-09T15:25:25.024-07:0026 de Junho de 2015, 03:30Foi uma exclamação. Foi o ponto que terminou os factos que me deu a certeza de que é melhor deixar o teu caminho. De que ganharei mais se me deslocar noutro sentido. Foi a assertividade inequívoca dos factos.<br />Contigo não quero factos, quero redundâncias que tragam os sonhos e esperanças não reprimidas. Quero verdades intencionadas e não nuas e cruas. Quero a expectativa de um novo dia, de uma nova hipótese. Quero um sorriso e um olhar, ambos no mesmo sentido, em sintonia de ambições.<div>
Deste-me a exclamação. Deste-me o "cala-te" mais silencioso de sempre. Devia ser-me suficiente para agarrar em mim e ir por outro lado. Devia contentar-me com os teus factos em vez de querer o indefinido. Mas não, não consigo. Não desisto, não sei como o fazer.</div>
<div>
O teu perfil é demasiado presente para que consiga mandar-te fora como queres. Não me peças isso. Foi uma exclamação. Podes antes deixar-me as reticências?</div>
Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1225961402549185590.post-67755249922540996272015-08-07T13:45:00.000-07:002015-08-07T13:45:29.893-07:00gritos mudosImpassível.<br />
A música toca e o mundo gira à tua volta, mas não te mexes sequer. Estou à tua frente, a tentar perceber o que sai do teu olhar.<br />
Imperturbável.<br />
A mesma expressão, as convicções do teu pensamento demonstradas no teu respirar que ninguém consegue apanhar, de tão puro, verdadeiro e diferente que pode ser.<br />
É dia e noite. Passa a vida e fica a calma. Continuas. Imóvel.<br />
Fixo na minha mente... assim, só. Despido e atraente de verdades da alma, da capacidade de amar sem condescendência, da destreza de ter coragem para arriscar.<br />
Não sei se terei a dignidade necessária para te receber, assim. Mas sei que procuro o melhor de mim para conseguir retribuir algo de bom que te possa ser.<br />
A minha verdade.<br />
Sorrio e choro. Toco-te e observo-te. Bebo-te em demasia sem nunca conseguir matar a sede de te querer. De te crer.<br />
Impassível. Imperturbável. Imóvel.<br />
Demasiado frágil e seguro ao mesmo tempo. As dualidades e os limbos são o teu forte... mas há algo em que não sejas forte? Para o bem e para o mal.<br />
Desculpa-me, mas a intensidade não sou eu.<br />
Já viste como sou tão calma ao lado desses gritos mudos que dás de cada vez que me olhas?Ana Clau Ameixa.http://www.blogger.com/profile/00458779493124471713noreply@blogger.com0