segunda-feira, 2 de novembro de 2015

domingo, 1 de novembro de 2015

escuro

De manhã.

As persianas fechadas, o escuro sendo imperador. A cama quente, o corpo dorido de se revolver à horas de mais. Não há posição.

A cabeça tapada, os olhos doridos. Os pensamentos ágeis e sofridos, incessantes na necessidade de se extrapolarem. A cara com o sal, vincado.

A barriga sem fome, a mente sem vontade. Não há saída, pelo menos não agora. O medo treme no corpo que fica frio, dentro da estufa. Abraça-se a si mesmo, tentando convencer-se de que não há razão para a sua existência. Mas há.

A incerteza de que um olhar possa não mais existir daquela forma é força suficiente para que as horas passem e as persianas se mantenham fechadas. Tal como o corpo morto, dentro dos lençóis, procurando um propósito que seja para continuar a querer viver.