quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Amor

Dá-me para divagar, pensar, sentir, sobre isso e a conclusão nenhuma chegar. É estranho, mas saboroso ao mesmo tempo. Consigo digerir cada palavra intensa dita pelo meu olhar somente em teu nome. É, é o que nos move aquilo de que falo.
Gosto de falar-lhe sem lhe tocar, fazer com que paire apenas aqui, diante de mim, onde o meu olhar persegue o vazio, encontrando a sua presença num sorriso esboçado. Como te tenho, como te sinto. Como te respiro, sabes? Sei somente que me fazes sorrir, suspirar, estar assim, eu, por inteiro, feliz, minha. Eu.
Tento perceber o que és. De onde sais?, de onde?, sentimento esse que tudo faz girar? Quero explicar-te, fazer com que te entenda, mas, afinal, sei-te de cor. Sei que estás aqui, em tudo quanto contemplo. Por te ter comigo, sei-te, mais que muitos, sei-te sentir. Trazes-me muito abraçado a ti. Muito - a entrega, o querer, o ter ainda mais saudade, a vontade de trocar um olhar, receber um sorriso, sentir um abraço. Tudo - o ar que respiro, a minha concepção de vida. Tenho-te tanto!
Decoro o teu toque, este roçagar não pode acabar mais, não vou deixar. Contigo sinto. Estou viva, contigo, sim, vivo, sou. Vejo o que me dás. Trazes-me alguém contigo, a pessoa que me representa o mundo. Sinto-a comigo, dentro de mim. Debaixo daqueles olhos castanho-claros encontro-me tão protegida! Com o cabelo em que tanto mexo. A cara que tanto acaricio. O sorriso que tão me é essencial. Tudo, sabes, tudo. Aquele toque em que me sinto querida, viva, eu. Foste tu quem mo trouxe. Devo dizer que a culpa é tua? És tu, tu, tu quem fez com que tudo isto acontecesse? Com que ele palpitasse assim sempre que o vê? Admite! Admite que foste o responsável pelo meu doce cativo com aquela presença, aquela mão que me agarra! A culpa, é tua! Com que então... A culpa é tua!
Obrigada, Obrigada. Obrigada por ser tua a culpa, por me teres trazido a paz, por me teres ensinado a cumplicidade, a felicidade, a alegria contemplada nas lágrimas, o saltar fora do corpo todo um coração. Obrigada por seres o responsável, o único que me mostra o que sou, que me dá o alguém que me preenche, que me dá a vida, o oxigénio, um ser, me dá a mim. Obrigada.
A ti, que não sei definir o que és, a ti, devo tudo. Tudo o que não se sabe ser. A ti, Amor, devo toda a essência da palavra vida.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Quero.

Quero que voes,
que saias daqui de uma vez.
Vai, por aí!...
Quero que poises,
que não te levantes,
que permaneças imóvel num só pensamento.
Quero algo,
que fique memorável e inteiro,
único e lisonjeiro,
tudo o que me falta na vida.
Quero paz,
desassossego que me aconchega,
Quero dualidade,
o bom e o melhor.
Quero algo,
quero uma vida, minha.
Quero sentir-me alguém,
saber que tenho valor,
que sou Um,
que posso gostar de mim sem que me recriminem por isso.
Quero saber que sou,
apesar de todo um físico que o desacredite,
apesar de não saber se o serei.
Quero algo, quero a vida.
Quero que te vás embora, eu fico.
Quero que fiques, eu vou.
Quero algo,
Quero saber que sei,
que sinto,
que vivo,
que sou,
que também tenho direito a sentir-me diferente.
Afinal, posso querer ou não?
É que eu quero.