terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

sonhar no deserto

São aquelas imagens que nos ficam na cabeça e que, dia após dia, nunca são apagadas, nunca são esquecidas. Desde há uns tempos que existem algumas que não me abandonam, que retornam à minha mente a cada momento, seja dia ou seja noite, esteja a sonhar ou esteja acordada. Explicação não existe, apenas certeza de que, a cada instante, se fortalece isto inexplicável que nos une.

Todos os minutos vejo o teu sorriso, a tua expressão desconfiada, a tua faceta feliz, a tua cara mais triste... A toda a hora sei que te entranhas em mim e me fazes acreditar na frase que diz ser "para sempre". Chegou ao ponto em que é impossível não ter a tua presença todos os dias. Chegou à altura em que, não te ter por perto durante cinco minutos já magoa o suficiente para te querer comigo durante mais cinco horas.

É imprescindível falar-te, olhar-te e conhecer-te sempre mais. É impossível não rir contigo, não ser cúmplice de ti e não sonhar a teu lado. Enquanto há esperança há vida e quando estamos certos de que a nossa esperança chegou para vencer, então estamos certos de que o resto da nossa vida irá ser sempre feliz. É que, haja que condições houver, contigo a meu lado, até a miragem mais improvável terá sentido.

Tu, o que és, o que foste e o que serás, tornas real a miragem que perdi no deserto e que achei nunca poder encontrar. Agora sei que, por muito que os nossos sonhos pareçam perdidos, há sempre um que acaba por se concretizar. Eu tive a sorte de ver real o maior de todos os meus sonhos. Obrigada.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

não é fácil

É a ameaça constante. A palavra cruel que bate forte e que não, não passa depressa. São os olhares que simplesmente não se cruzam, é o desinteresse nú e cru. A única coisa que prevalece, no meio de tudo, é a crítica. E então? Não é fácil respirar com calma assim.

É a dor que se mantém, dia após dia. A vontade de estar longe e fugir que impera. São as frases ditas que machucam, que moem. A única coisa que prevalece, no meio de tudo, é a expressividade deveras recriminatória. E então? Não é fácil sorrir assim.

É a vontade de uma explicação que não existe. A sensação de não ter sentido neste mundo, no mundo destas gentes. São os silêncios repetidos, que muito falam sem nada dizer. A única coisa que prevalece, no meio de tudo, é a condenação. E então? Não é fácil acordar assim.

É a (des)preocupação. A justificação sem fundamento, sem razão de ser para que exista. São demasiados aspectos negativos, para que seja possível acreditar na sua boa vontade. A única coisa que prevalece, no meio de tudo, são as lágrimas copiosas que não são possíveis de reprimir. E então? Não é fácil viver assim.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ensina-me

Ensina-me a falar, a ser capaz de dizer o quanto és para mim. Ensina-me a correr, a brincar contigo de um jeito infantil e só nosso. Ensina-me a compor, para tornar melódico o que sinto por ti. Ensina-me a cantar, a entoar o amor sem desafinar. Ensina-me a olhar, para que me derreta novamente com a tua expressão. Ensina-me a viver, como fazes todos os dias... Ensina-me o que queiras, ensina-me apenas. Ensina-me. Estar a teu lado é aprender constantemente, é  viver a vida no seu estado mais puro. Sem preocupações, sem regras, sem modos pré-definidos de estar no mundo.

Ensina-me a conseguir explicar o quanto és importante. Ensina-me a mostrar o quanto mudaste a minha vida e o que nela representas. Ensina-me a saltar para dentro de água, sem medo de bater no fundo. Ensina-me a respirar a cada momento. Ensina-me a ponderar impulsos desnecessários. Ensina-me a ser impulsiva quando decido dar-te o meu amor. Ensina-me a tornar real este sonho que vivemos juntos. Estar a teu lado é viver intensamente, aproveitando todos os segundos de um só dia, ansiando pelo dia seguinte para poder estar de novo junto a ti.

Ensina-me a desejar um chocolate. Ensina-me a ver amor num pequeno boneco de peluche. Ensina-me a querer fazer magia para te dar um dia especial. Ensina-me a respirar amor numa fotografia. Ensina-me a sentir verdadeiras juras de amor eternas. Ensina-me a sentir um arrepio com sussurros ao ouvido. Ensina-me a escrever com regras de sintaxe que expressem este amor sem regras. Ensina-me.

Ensina-me... É que tudo isto me ensinas e tudo isto já me ensinaste... Continua, mantém-te igual, assim como és, assim como gosto verdadeiramente de ti. Sê fiel a ti próprio... mas por favor, nunca me ensines a estar sem ti.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

ela sorri.

"Penso, re-penso e volto a pensar. Haverá forma de conseguir explicar o quanto gosto de ti?" - diz ela para si mesma. Sentada na cama, com uma caneca entre as mãos, o chá quente fumega de encontro ao ar gélido de uma manhã de inverno. Não tem vontade de deixar o seu leito, que a aconchega durante as horas em que está longe do seu príncipe.

Ela lembra-se: de um dia para o outro sentiu-se ficar encantada, presa entre brincadeiras sem fim que a faziam sorrir para o ar, querer dançar e cantar, recordando como, afinal, a vida pode ser maravilhosa... Foi numa noite fria, em que só a presença dele parecia aquecer o seu coração. Sem saber o que dizer, o que fazer, para onde olhar, ela derretia-se a cada gesto, a cada olhar furtivo que sabia ir na sua direcção. Hoje, tal como todos os dias, ela recorda, sorrindo sempre sem que ainda consiga acreditar.

"Não sei como és capaz de olhar para mim... mas sei que todos os dias me ensinas a amar" - congratula-se. Ainda que às vezes possa parecer perdida, a verdade é que a esperança é a última a morrer... A cada hora, a cada minuto, a cada segundo, ela agradece ter conseguido encontrar a sua razão de querer estar no mundo. Agora, cada gesto seu não vale apenas por si só.

Ela sabe que, enquanto está sentada na cama, o mundo continua a girar. Ela sorri - agora e desde há algum tempo, o seu mundo continua a girar, mas com muito mais sentido. Afinal de contas, o seu príncipe apareceu, tomou-a como sua e faz dela a mulher mais feliz do mundo. O essencial é acreditar, abrir os horizontes e saber que, naquele homem, está todo o seu amor, a sua metade e, sem qualquer dúvida, a sua vida.