segunda-feira, 26 de abril de 2010

um dia vou escrever um livro

Um dia vou escrever um livro. Uma história recheada de sonhos, um conto com amor. Uma prosa cheia de tudo aquilo que imagino, mas que nunca consigo ver real. Um dia, vou escrever aquilo que nunca achei capaz de acontecer.

Porque mesmo quando parece que a felicidade nos cerca, nunca nos damos por satisfeitos. Queremos sempre mais, queremos realizar os nossos sonhos mais profundos que nunca ousámos dizer.

É então na escrita que nos encontramos. É ao divagar por entre letras, que podemos ser tudo aquilo que queremos. Um dia vou escrever um livro, um dia vou escrever-me. Vou ser capaz de tornar físico tudo aquilo que sei que não vai acontecer. Quando passar para as palavras todos os meus pensamentos, medos, desejos e sentimentos, vou tornar a minha história de conto de fadas num romance capaz de chegar mais além.

Um dia vou ser capaz de falar sobre as minhas angústias que hoje reprimo. Sobre o que sinto quando não me acho retribuída e finjo não me importar com isso. Vou conseguir desabafar sobre a capacidade de ser alguém que dá, pouco se importando com o que não recebe em troca. Vou fazer com que pensem que dizer que dou sem receber não é ser humilde, mas é ser honesta.

Vou escrever um livro. Vou contar a quem me quiser ler como é viver em busca do amor que não existe, na procura da pessoa que achamos perfeita mas que nunca chega. Vou dizer que é difícil que nos moldemos ao mundo, mas que sabe muito bem quando o conseguimos fazer. Vou mostrar que sonhar é essencial e que acreditar nos sonhos que temos, nos faz seguir em frente, com entusiasmo. Vou ser nua, vou ser eu. Porque quando escrevo e me lês, sei que, por muito que não possas perceber, sou eu que estou do outro lado a falar contigo, com tudo de mim. Se calhar, és tu o meu sonho perdido por aí e não sei, nem quero saber. De que importa? Porque quando escrever um livro, vai ser uma história recheada de sonhos, um conto com amor.

domingo, 18 de abril de 2010

no teu colo

Preciso do teu colo. Hoje sinto-me frágil. Acredito que dentro de um segundo irei ficar em pedaços se não me segurares nesse teu aconchego onde só agora saberia ser eu por inteiro. É assustadora a forma de como olho para ti e consigo ver a minha caixa de segredos que se construiu sem que eu desse conta e em tão pouco tempo. Infelizmente não podes estar aqui, nem estás perto. A minha cobardia deixa que me esconda dentro de mim e nunca te mostre os meus verdadeiros medos, aqueles que acho irem destruir tudo aquilo que possa haver. É por isso que quero o teu colo, para me poder sentar nele e ficar dentro dos teus braços, enquanto calados nos limitamos a respirar. Mesmo que chovesse lá fora, o tempo iria parar para que, junto de ti, eu pudesse voltar a ganhar forças para caminhar sozinha. Agora não consigo, sou pequena de mais para o fazer. Neste momento preciso que olhes para mim como essa pequena, aquela que precisa que lhe dês a mão, digas "vem comigo", e, num banco de jardim, a sentes no teu colo para que ela possa voltar a saber respirar. É que, ouvindo o teu coração bater, talvez o meu consiga aprender de novo esses movimentos tão particulares e tão especiais.