quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

passar do tempo

É triste passar um dia assim, como tenho passado os meus. Sentir o sol brilhar lá fora e aperceber-me do dia a escurecer com o passar do tempo. Porque afinal de contas é só isso o que estou a fazer neste momento: a aperceber-me do passar do tempo.
Não gosto disso. Gosto de me manter ocupada, de me manter entusiasmada com o dia, sabendo o que ainda tenho para fazer a seguir. Não gosto de não fazer nada, o que só me leva a fazer ainda menos. Não gosto de estar aqui e ter tempo, ter demasiado tempo. Não gosto de estar aqui sozinha.
Era bom se pudesse ter-te aqui, ao menos tudo ganharia um colorido diferente e aí até seria bom não fazer nada. Estando contigo não é preciso fazer nada, é apenas preciso estar. E eu estou, com tudo de mim, com todo o meu coração.
Sempre houve aquele cliché de que quando temos a pessoa certa, sabemos que essa pessoa o é. Eu não sei se acreditava muito nisso ou não...
Só sei que sei que tu és a minha pessoa.
E isso é o que dá sentido à vida, mesmo que aquilo que faça seja somente aperceber-me do passar do tempo.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"- Só me apetece chorar, amor.
- Porquê? Não quero que chores.
- Porque nunca acerto e nunca faço nada bem...
- Mentira. Acertaste bem em cheio no meu coração. Isso foi o melhor que podias ter feito à minha vida."

escrever

Ontem conduzia e lembrei-me daqui, disto. Lembrei-me que há muito não escrevia, e tentei perceber o porquê. Tentei entender porque não tenho mais aquela prosa encantada que costumo escrever e que retrata aquilo que quero que retrate, de uma forma minha.
Pensava que era errado dizer que escrevia só quando estava mais triste ou menos bem, mas parece que ouvi na televisão que há quem só componha canções quando está mais triste ou menos bem. E isso não quer dizer que depois, o texto ou a canção, se tornem numa melodia de palavras tristes e deprimidas - muito pelo contrário.
Parecem haver estados de espírito mais propícios à escrita e o meu é esse. É esse ou uma súbita vontade de desabafar o que quer que seja. E ontem lembrei-me disto, daqui, e reparei que há muito não escrevia com vontade de escrever. Fiquei triste com isso. Este espaço já me acompanha há alguns anos e não quero, nem vou, abandoná-lo.
E da próxima vez que estiver mais triste, menos bem, ou com uma vontade súbita de desabafar o que quer que seja, virei aqui e fá-lo-ei como sempre fiz, em vez de passar a remoe-lo na minha cabeça como recentemente me habituei a fazer.
Porque gosto disto, gosto mesmo disto e daqui.