domingo, 31 de maio de 2009

Não me venham dizer que as palavras não magoam.
Ainda para mais aquelas exaltadas e que nunca pensámos ouvir. Vindas de quem vêm. Sinceramente, não consigo mais. Não vale a pena, não quero saber, desisto. Neste momento vivo porque tem que o ser. Andar contente, sorrir? Desconheço.
E não vale mesmo a pena. Não vale, por nada.
Não aguento mais ataques destes ao meu coração.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

nada.

Explicação? Não há. Podia ser do calor sufocante que está lá fora, mas acho que não tem nada que ver com isso. O meu olhar está cansado e os cantos da minha boca afundam-se de encontro ao chão. Sinto-me triste. Porque será?
Tento descobrir, mas em vão. O meu pensamento voa de encontro a tanto e parece que só num refúgio distante eu conseguiria encontar-me... Sei daquilo que sinto falta, mas sei também que é complicado que o tenha.
Parece que tudo passa por aí, pelas saudades. Não serei eu saudosista demais? Guardo recordações que ninguém se lembraria de guardar. Depois, vêm ao de cima da forma mais natural e inconstante. Dentro de sonhos, querem dizer alguma coisa: são as mesmas caras, a mesma angústia, o mesmo abraço no final que traz vontade de querer de novo. A cada volta na cama o meu consciente reclama por nomes, ideias... Nada a fazer. É virar para o outro lado e tentar continuar na noite escura.
Nem lamentar-me consigo, porque não sei sequer como fazê-lo... Talvez aquela palavra, uma qualquer, fosse boa de ouvir agora. Mas para quê? Mas qual? Mais cedo ou mais tarde tudo volta aqui, ao nada. Sim, ao nada, porque isto, se não sei sequer explicá-lo é isso mesmo: o nada. E como nada é, nada importa.
Alguém se deu ao trabalho de o ler?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

corropio

Os dias parecem curtos demais para o que quero fazer com eles. Tarefas atrás de tarefas, pensamentos e pensamentos, "ah, bolas! esqueci-me mesmo!", prazos a acabar, noites mal dormidas, dor de cabeça. Ideias sempre a surgir, isto para aqui, aquilo para isto, tudo, frenético e eficaz. Tem de ser assim.
Vontade de escrever? Imensa. Cada vez mais, nem que seja sobre o tropeção que dei numa pedra ao sair de casa. Se fosse só isso... O desabafo em letras é uma constante em mim, mas parece que tem custado a sair. A conversão de um pensar e sentir em palavras está difícil. Motivos não encontro. Apenas certezas.
A vida é para ser vivida, surpreendida, feliz e honesta. Tento que a minha o seja. Agora, preenchem-me as saudades. Saudades de tudo aquilo que tanto importa e que deixa a lagrimazinha no canto do olho e o sorriso natural. Sorte é que o sono vem depressa e nem deixa a novela acabar... Aliás, mas eu cheguei a ver alguma novela? Nenhuma, senão apenas a vontade de calar a vontade, a de não sentir falta.
Vejo a lua e parto para a acalmia frenética de um sonho onde afinal o distante está sempre perto. Bem perto, no coração.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

viagem

Ia para a faculdade e passou à minha frente um avião em direcção à pista de aterragem. Logo falei dentro do carro: Oh, um avião amiguinho, que saudades! Nostálgica pensei, pensei, voltei a pensar, e recordei cada momento de uma viagem inesquecível. Foram três dias grandiosos que em muito enriqueceram a minha pessoa.
Num lugar estranho, com pessoas estranhas, com comidas estranhas, tudo teria de ser perfeitamente normal. E não é que o foi? Na volta para este nosso Portugal nada era, de todo, estranho. Sentia-se apenas como algo... natural. Desde o ter andado perdida até ao disfrutar de uma cidade maravilhosa, a companhia foi-se acomodando à minha presença.
Hoje relembro todos os momentos vezes sem conta. Ainda assim, sempre que o faço um novo momento que ainda não havia lembrado surge na minha mente. Isso é bom. É bom saber que foram dias de que disfrutei em pleno, onde nada me abalou, onde o meu pensamento esteve apenas na tentativa de descoberta de um lugar invulgar. Valeu a pena, muito, nem que tenha sido apenas pelos chupa-chupas que nunca mais acabam... Mas não foi só isso.
As saudades já vêm ao de cima e todas as aventuras pedem uma repetição. Quem sabe, um dia. Gostei de Estrasburgo, imenso. Muito mais de tudo aquilo que possa escrever ou dizer. Foi uma experiência que me fez descobrir-me e aproveitar as coisas boas da vida. A todos aqueles que me proporcionaram estes dias fantásticos, tanto lá como cá, uma vez mais, o meu obrigada.
Só me faltou mesmo a tshirt da praxe: I love Strasbourg.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Valerá a pena?

Valerá a pena continuar? Valerá a pena seguir em frente neste caminho sem saber sequer se há uma porta à minha espera lá ao fundo? Há momentos em que parece que tudo vai entrar nos eixos certos e correr sobre carris... Acreditamos que é possível, que o sorriso é autêntico e que o sentir é profundo. Parece que afinal "vai tudo correr bem", que o que se quer deixa de ser uma ambição para passar a ser uma realidade... Mas valerá a pena?
Acreditei, pensei, decidi ir. Decidi embarcar sem saber se há um destino, mas agora pergunto-me se valerá a pena. Tudo começa a regredir e a deixar-me de novo no ponto de partida, sem rumo. Por mais que procure um destino ou uma explicação para toda a desorientação, não consigo encontrá-los. É díficil. Ainda que não queira desistir, será que não o devo fazer?
Talvez devesse apenas ficar quieta, sem arriscar. Sem saber se o destino será mau ou bom, sem saber nada. Quieta e impávida, sem viver. Talvez o devesse... Talvez fosse melhor não acreditar que pode correr tudo bem, que tudo vai encontar o seu caminho certo. Afinal, acaba sempre por ser tão efémero. Porque se toda a vida já é efémera, pequenos bocadinhos ainda o são mais. Valerá a pena continuar a acreditar que tudo vai chegar a bom porto, seja ele qual for?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

aperto

O meu coração está a doer. A ser totalmente apertado por umas mãos sapudas e enormes que o esmagam a cada segundo. Só sei soluçar. Chorar. Deixar que as lágrimas quentes caiam pelo meu rosto e façam arder a minha pele. Poderia o tempo voltar um bocadinho atrás e trazer aquelas risadas? Aquela cumplicidade enorme que nada abalava? As palavras verdadeiras?
Mais uma que cai, mais uma que resvala. Só o sono poderá matá-las. Depois, quando voltar a lembrar-me, voltarão. Como sempre. Terei de ser eu a recolher todas as forças que julguei impossíveis e correr contra o vento? Ainda que ardam ainda mais as lágrimas no meu rosto?
Não sei por onde ando, por onde me perco. O meu peito mal respira, da incontrolável aflição deste aperto. Mais um soluço, começa a ser hábito. Conseguirei alguma vez sair destas amarras e gritar? Pedir pelo fim, ansiar a solução? Parece-me complicado, mas sei que o preciso. Quer dizer, afinal acho que apenas preciso de ver que te importas com o meu aperto. Com mais uma lágrima que rola, e pronto.

sábado, 9 de maio de 2009

Longee

Estou longe mas trago tudo tão perto. Seja em que momento for, não consigo esquecer o importante. Dou por mim a disfrutar de algo único na vida, que sei ser impossível repetir. Ainda assim, nada me deixa encantada o suficiente para esquecer aquilo que realmente é importante: os outros. A minha cabeça pensa demais sobre este assunto, mas percebo porquê. Conclusão fácil, aliás: é o coração que pensa por ela.
Há pessoas que nos são inerentes, quer o assumamos, quer não. Eu assumo-o com toda a minha convicção, porque são elas que me fazem crescer. Hoje estou aqui, num outro lugar do mundo, mas sei que as tenho comigo por tudo aquilo que ensinaram e representam. Assim, orgulho-me de dizer que vivo a vida! Mesmo que com alguns pontapés, outros tropeções... tudo vale a pena.
Não vou mandar um beijinho. Não vou dizer que tenho saudades. Vou afirmar com convicção: tenho-vos comigo!
Os que me trouxeram ao mundo, o que me dá sentido, a especial. E o cúmplice.
PS: Vamos sair para jantar pela cidade de Estrasburgo. Como a comida francesa é fantastique!, devemos de ir ao MacDonalds.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Mensagens.

Ansiosa. Medrosa. Impaciente. Mas tão calma... Tudo quase arrumado, mas tudo por arrumar. Sem stresses. Não há-de ser nada... Uns mimos. Umas lembranças. Umas coisinhas para ficarem por cá, enquanto não volto. (Queria eu ir de Erasmus seis meses... agora são só três dias e é isto.) Aqui vai. De mim, com tudo de mim. Com a minha alma, com as minhas palavras e essencialmente com o meu coração.
Os que me trouxeram ao mundo. Não sei se sabem deste meu lugarzinho. Talvez, mas nada dizem sobre. Os mais importantes da minha vida. A companhia de todas as horas. A repreensão que me faz pensar. O sentimento de que o abandono e o desleixe são palavras que não conhecem. Por mais que pensem que não, o ar que respiro a cada inspiração.
O que meu desta oportunidade. Amigo de horas tortas, professor de crescimentos inacabados. Despertador da maturidade e das responsabilidades. Orientador de trabalho, corrector de uns dedos novos no teclado à procura do modo mais sábio. Incansável. Especial, por tudo o que ensina, por tudo aquilo de que é capaz.
O que me dá sentido. Gémeo incondicional, minha versão mais perfeita. Igual em tudo. Incomparável no modo de pensar, de sentir, de rir, de vibrar. Eu, mas ele. Melhor amigo sem tirar nem pôr. Amor, de irmão. Partilha de tudo, sem vergonha. Ajuda, pelo ouvir constante. Apoio, incondicional.
A especial. Boa, por fora e por dentro. Risonha, sempre. Companheira de horas vagas, cada vez mais. Descoberta num mundo de magia, continua em ascenção. Sentimento de protecção. Certeza de presença, sempre. Alerta, para tudo. O suporte, imprescindível.
O cúmplice. Conhecedor de realidades menos boas. Partilha de conversas inacabáveis. Sorriso matador. Descoberta a cada dia, vontade de conhecer mais. Diferente, especial. Confiança, porque sim. Cumplicidade, toda, na noite. A noite.
Acho que posso dizer que o mundo não vai acabar, mas tenho medo. Tal criança de 2 anos que não consegue dormir porque vem aí o papão. Amanhã a esta hora não sei bem onde estou. Aqui, sentada, sem me apetecer nada fazer, não será certamente. Parto rumo a uma aventura, a uma experiência única. Voltarei, espero, voltarei sim.
Obrigada por tudo, tudo, pessoas do meu coração.
Obrigada por um simples sorriso e um olá a cada dia.
Eu, simplesmente esta pessoa, gosta de vocês.

terça-feira, 5 de maio de 2009

a batalha

Quando o inesperado se torna realidade, é como uma chama que se acende sem ser preciso fazer fogo. Mas e depois? Será que queima ou não? Nada como ir somente com o vento que despenteia os cabelos. Ir sem ver, sem saber para onde. O que virá depois é uma incógnita. O medo é uma constante: podemos sempre tropeçar e cair. Parece que acaba sempre assim, não? Com um tropeção tão grande que, ao arranhar os joelhos, custa tanto a sarar...
Há quem passe a ir com mais calma, pé ante pé, afastando os cabelos da cara. Mas há também os que vivem a confusão, aqueles que mesmo sem ver nada, andam com convicção. Mesmo correndo o risco de tornar a ferida mais profunda, vão, porque não sabem não o fazer. Quando acontece, podem tentar parar para pensar, tentar ter mais calma, mais ponderação. Mas depois o impulso está-lhes tão inerente que rapidamente desistem e seguem o seu caminho.
Chamar-lhes-ia destemidos. Corajosos. Diferentes até, por se dedicarem por completo ao que lhes é natural em vez de tentarem travá-lo. São aqueles que encaram as adversidades, os contratempos, os momentos de uma forma espontânea. Não deveria ser assim? Talvez, mas nem todos têm essa capacidade. Essa vontade de ir, apenas, sem nada ver, sem nada fazer, sem se preocupar. São dois tipos de guerreiros a travar uma mesma luta: aqueles que agarram no primeiro pau que encontram no chão e seguem caminho até à batalha, e os outros que se escondem atrás de uma armadura, em cima de um cavalo, cheios de espingardas e balas que nunca mais acabam. Para uns, cair representa uma dor, mas continuam assim que se levantam. Para outros, representa magoar o inimigo, sem dó nem piedade, apenas garantindo que eles próprios ficam bem. É uma dualidade. Quem não quer ganhar uma luta sem que lhe doa? Quem não quer ficar marcado por ser o mais corajoso?
Ainda que corra muitos riscos, preferia ir e pronto. Sem saber, sem me importar. Por mais que caísse, havia de me levantar. A batalha seria ganha por mim, sem a ajuda de algo supérfluo. Certeza não existiria, somente uma réstia de esperança que me diria que aprenderia a cada queda, até um dia morrer, até ao fim da vida... Não valerá mais a pena do que ir em cima de um cavalo fazendo os outros, os destemidos, cair? Porque quem vai lá no alto, só tem um papel: ensinar aos que vão a pé com um pau na mão que esses sim, são os verdadeiros vencedores da batalha.

domingo, 3 de maio de 2009

eu sei

Sabes quando parece que nada faz sentido? Quando as coisas menos boas da vida acontecem todas ao mesmo tempo e não sabes que caminho seguir? Eu sei.
Sabes quando num momento de pacividade tudo muda num segundo? Quando as gargalhadas se impõem e a certeza de que ainda vale a pena continuar aqui é total? Eu sei.
Sei que, sem saber como, tudo ficou mais colorido. As pessoas ganharam mais sentido, tornaram-se pessoas aos meus olhos. Num momento apenas calmo, normal, parece que a aura à minha volta mudou. Deixou de ser cinzenta e ficou somente em todos os tons do arco-íris.
Sabes quando pensas: como é possível ter acontecido isto? Sabes quando apenas sorris e queres gritar que estás feliz? Eu sei!
Sabes quando vês o pôr e o nascer do sol apenas e só porque sim? Porque te apetece, porque queres, porque gostas de gostar? Eu sei!
Sabes quando tudo aquilo que sentes é a sensação de que estás apenas num campo relvado, com o vento a passar por ti e com inúmeras borboletas a voar e a brincar com os teus dedos?
Quando parece tudo tão certo, que nem é fácil acreditar? Eu sei, sei bem o que isso é. E se todos os momentos de angústia trazem um destes de seguida, então que venham mais porque sou bem capaz de aguentar com eles. Sou feliz, sou sim. Todos aqueles que apenas me deixam assim, parva, obrigada. Que seria de mim sem vocês?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

?

Posso gritar outra vez?
A capacidade de insensibilidade das pessoas espanta-me a cada dia que passa...
Será que por crescermos deixamos de sentir?
Se assim for, deixem-me voltar à infância e ser criança para sempre.
Não gosto de ver as pessoas desta maneira: fúteis.