segunda-feira, 11 de maio de 2009

aperto

O meu coração está a doer. A ser totalmente apertado por umas mãos sapudas e enormes que o esmagam a cada segundo. Só sei soluçar. Chorar. Deixar que as lágrimas quentes caiam pelo meu rosto e façam arder a minha pele. Poderia o tempo voltar um bocadinho atrás e trazer aquelas risadas? Aquela cumplicidade enorme que nada abalava? As palavras verdadeiras?
Mais uma que cai, mais uma que resvala. Só o sono poderá matá-las. Depois, quando voltar a lembrar-me, voltarão. Como sempre. Terei de ser eu a recolher todas as forças que julguei impossíveis e correr contra o vento? Ainda que ardam ainda mais as lágrimas no meu rosto?
Não sei por onde ando, por onde me perco. O meu peito mal respira, da incontrolável aflição deste aperto. Mais um soluço, começa a ser hábito. Conseguirei alguma vez sair destas amarras e gritar? Pedir pelo fim, ansiar a solução? Parece-me complicado, mas sei que o preciso. Quer dizer, afinal acho que apenas preciso de ver que te importas com o meu aperto. Com mais uma lágrima que rola, e pronto.

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