quinta-feira, 30 de outubro de 2008

É, sabes daquele jeito? Em que levantas voo um palmo acima do chão mas logo cais e voltas a terra? Pois, é mesmo assim. É tão assim que nem sei que te diga. Trazes-me o sonho, mas logo o mundo me traz a realidade. Afinal nem sempre tudo é como julgamos ser. Mas devia...
Sabes quando pensamos que a realidade é tão boa que é um sonho? Pois, não passa apenas de uma ilusão. É o que dá, acreditar. Aceitar que há somente uma boa intenção dentro de cada alma. Oh, mas se assim fosse!... Se assim fosse agora levitaria, não estaria somente a pairar.
Mas pronto, por mais que queira mudar, nada senão acreditar. Acreditar que cada realidade é um sonho tão distante que amanhã, hoje, agora, um sonho é apenas uma realidade aqui tão perto.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Momento.

Fazes-me falta, como tu sabes fazer. Tenho medo de que vás para longe, boiando sobre as ondas, que não consiga encontrar-te mais. Gosto de quando ficas em mim, de quando ficamos apenas sentados na areia a olhar o mar. É-nos tão cúmplice, não é? Transporta toda a acalmia, o mimo de um coração. E gosto, gosto de te olhar quando olhas o mar. Sei que te vives, que estás apenas a disfrutar de um momento, O Momento. Pareces-me tão meu, que penso que nada me és. Quero saber que sim, que te terei aqui, mas com todo este mar, como poderás prometer-me que a corrente não te leva? Não sei que mais te queira, senão querer-te somente. Mas é salgado o mar, ainda que lhe deixe toda a minha doçura. Que fique algo puro meu, para ti, se fores. Fica, mas vai. Somente, o que apeteça, o que te peça o mar, somente. Ao menos sei que se as ondas te levarem, terás tanto um beijo meu como uma lágrima. E assim, irei contigo. Ainda que me leves, que fiques, ou não.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Não sei.

Não sei o que me és, nem o que me poderás ser. Sei que te estimo e que o bem que me fazes é imenso. Hoje enquanto vagueava o meu pensamento voou. Afinal para onde me levas tu? Elevas-me no ar com uma delicadeza subtil, até que levemente volto ao chão, sorrindo, caindo num campo minado de flores num dia de Primavera.
Não sei o que me és, nem o que me poderás ser. Foi estranha a forma de como chegaste, mas tão tua. Juízos de valor, basta uma palavra. Ainda bem que mais uma vez me enganei. Tinha medo, é verdade. Nem sempre é fácil, nem sempre tudo se ultrapassa assim, rapidamente. Será que consegui? Será que decidi deixar-me ir?
Não sei o que me és, nem o que me poderás ser. Sei o que já me foste. Sei que achei que serias um, mais um como tantos outros. Não sei o que me és. Não sei o que quero que me sejas. Sei que as incertezas estão certas e que quando voo lá no alto, me dás a mão e levas contigo. Não sei para onde me levas, mas eu quero ir. Não sei se tudo é bom ou mau, se faz sentido ou não, mas sei que estás presente. Isso é o que importa, não?
Não sei.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Falta de.

Chego a casa e largo as minhas coisas para cima da cama. Estou farta de te pensar. Ligo o computador e apetece-me tanto o chá quente. Os parvos dos pássaros já me enervam com aquele piar insistente e canso-me de sentir. Sabes quando queremos passar-nos da cabeça e falar? Falar somente sem apenas dizer nada?
Já me cansei de tentar. Quer dizer, parece impossível. Saber que basta um simples gesto e posso ter-te aqui. Mas terei de ser sempre eu a tentar?
Não gosto de me sentir desiludida. Mas é tão insistente não é? Acabo por agarrar na minha pasta e folheio as micas para não dizer que não faço nada. Desisto. Mando-me para trás na cama e fecho os olhos. Dou por mim e parti para outro mundo.
Lá encontro-te, tenho-te por perto. Lá talvez os meus desejos sejam uma ordem. Apenas sei que quando voltar de novo à minha cama, não será nada igual. Será outra vez o mesmo, o mesmo que dispenso.
Saudade.
Se aperta, é porque foram bons momentos.
Se dói, é porque há medo de os perder.
Agora aperta, doendo cada vez mais.