quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Mano

Foi há dez anos, lembro-me muito bem. Andava no básico. Em todas as aulas, hora e meia após hora e meia, pedia aos professores para sair e telefonar ao meu pai, sempre com a mesma pergunta: "já nasceu?".

Lembro-me de o ir ver e ter de subir escadas e mais escadas, de estar no quarto da maternidade e gritar golos do Benfica enquanto ele e mais três bebés choravam.

Sei que lhe demos mil e uma alcunhas, e continuamos a dá-las, tratando-o sempre como o nosso bombom.

E quando ele tinha aqueles caracolinhos dourados, aos quais ninguém conseguia resistir? As bochechas gordinhas, super fofinho e engraçado, sempre com vontade de correr e já com o bichinho da bola e dos carrinhos...

Depois chegou a hora da escola e chorei quando terminou o infantário.

Hoje já sabe andar de bicicleta. Medricas como eu fui, mas sabe. E joga à bola, joga muito bem à bola, melhor do que o que eu joguei algum dia...

Aquele bolinho pequenino já está grande, agora só quer é cromos. Colar cadernetas e cadernetas, trocá-los com os amigos e decorar mil nomes de jogadores de futebol.

O meu menino cresceu e está cada vez mais forte. Agora já me escreve fitas de finalista, e hoje já lhe escrevi uma cartinha... porque ele já sabe ler e escrever.

E o tempo passa, e eu cá continuo com ele. Tal como naquele dia em que o vi como um bebé, parecido a todos os outros bebés.

Mesmo igual, tinha algo de especial, que ainda hoje continua a ter e é o mais importante de tudo o resto: é o meu mano, e eu vou gostar sempre mais que muito dele.

Parabéns Joãozinho.