quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

voz, 10julho


É a forma como colocas os lábios. A doçura pequena com que pronuncias as palavras e terminas os plurais. É o teu olhar profundo que reflecte aquilo que vês... é o teu pensamento dito em silêncios tão teus que o conforto de os ter é mais natural que o ar. É a meninice que dás num sorriso puro e inocente.
É o homem em que te tornas quando puxas de um cigarro. É a convicção que trazes presente em tudo o que dizes. É a vivacidade que colocas nos movimentos. É a forma desajeitada com que caminhas e a tentativa de parecer sempre mais forte.
É a energia que carregas e os ensinamentos que constróis. São os momentos em que ganhas a coragem de ter a iniciativa. São as tuas mãos quando procuram o meu toque. São os abraços calados. São os olhos nos olhos. São a confiança cega e todo o medo do mundo. É aquilo que flutua no meio de nós e que mais ninguém vê. É a insegurança repleta de certeza. A incredulidade mascarada do maior que pode existir.
É a forma brilhante em que és tão menino. É a forma brilhante em que és tão homem.
Será a forma brilhante em que dizes seres meu?