terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Saudades.

Estou aqui, imóvel, sem saber o que pensar.
Desse lado te vejo, impenetrável, perdido em pensamentos, no que quer que seja. Tento decifrar tudo, cada balouçar teu, mas apenas me mantenho sem resposta.
Sei que amanhã não vai ser igual. Que não vais estar aqui, assim, à vista dos meus olhos. Sei que vais estar comigo, seja onde for, que te trarei em mim de todas as maneiras, com o teu sorriso matreiro que me consome, com o teu olhar que me encanta e me faz continuar na inconstância, apenas sabendo que és tu.
Está a ser bastante complicado, ver-te aí, dessa forma. Contudo, sei que te vou ter mais, que te vou levar, que estás bem marcado e que és especial. Dê o mundo que volta der, tens o teu nome na minha existência. És diferente de mais para que te possa tirar daqui.
Eu vou, sabes que vou, sei que irei.
Vou levar-te comigo, tenho-te sempre aqui.
Vá a vida para onde for,... Vou ter saudades tuas.
Saber, ainda mais, o que são saudades.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Ando.

Ando perdida
De um lado para o outro
Vagueio sozinha
Sem medo nem sono
Mas onde é que tu estás?
Porque o tempo não volta atrás?
Como chegámos até aqui?
Bastou perder-mo-nos por aí.
Ando contigo
Num lugar só nosso
Vagueio em ti
Sem tempo e espaço
Mas onde estamos nós?
Porque é o tempo tão veloz?
Como chegámos até agora?
Bastou não irmos embora.
Ando sem ti
Numa estrada dorida
Vagueio com nada
Estou de novo perdida
Mas onde é que tu estás?
O tempo não volta atrás!
Como viemos até aqui?
Bastou perder-mo-nos por aí!...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Anoitece.

Chego a casa, sorrateira, vinda de algum lado. Oiço todo aquele vento que sopra, com força, roçar no meu cabelo apertado pelo lenço que me aconchega. Está frio, talvez. Chego apenas fixa nalgo perfeito e único, pensando nisso que queres, em como és a minha vida.
Chego a casa, rodo a chave na fechadura e entro. A minha cabeça leva-me até ti, como em todo o dia. Representas a minha alma, a minha sacanisse feliz que se ri durante o que respiro. Começo por beber água, inundar-me de vontade de matar a sede, saber que aqui estás.
Sorrateira entro por aí, faço mil e um planos, não concretizo nenhum. Ocupas tudo o que quero, tens tudo o que ninguém tem. Com o frio sei que sinto, que estou viva e acordada.
Permaneces de uma forma tua. E nada te tira daqui. Conforto e aconchego que em mim encontro, sempre presentes mesmo após o sol posto.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

I'm feeling alive.

Porque de vez em quando me apetece soltar o mundo e gritar, fazer a festa sozinha e eu mesma divertir-me com ela. Agora estou numa dessas alturas. Quero rodear tudo com música, sentir-me bem comigo e com a maneira de como me apresento e dançar que nem uma louca, sem querer saber se estou a fazer boa ou má figura. Apenas andar por aí, numa grande pista de dança vazia, comigo no meio a libertar-me de tudo. Mexer-me, saber que tenho mesmo uma força dentro de mim que me move, que me tira a timidez perante todos os que me observam e me faz ser feliz e estar contente como nunca.
Vamos?
Dançar por um bom bocado! Até encher os pulmões de felicidade renovada, até dar vontade de gritar que vivo, que estou aqui, que sou e que tenho comigo as melhores pessoas do mundo.
Mesmo naquelas alturas em que o meu quarto vira a minha própria pista dança, onde bem ou mal sou eu quem se move, eu posso gritar: I'm feeling alive.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O nó que me dói.

Existem momentos em que tenho vontade de aqui chegar e desamarrar o nó que me contém, dizer tudo de uma forma dura e fria, dizê-lo por alívio, porque sim. Quando me deparo neste meu lugar, sempre meu, vejo-me. Imaginativa, ou não, sempre eu, sim, por aqui, a falar com quem quer que seja.
Penso em quem lerá tudo isto ou apenas naqueles que nem sabem que isto existe. Outros, mantém-se absortos na sua vida. Eu, mantenho-me por aqui. De todos os últimos momentos que tenho passado, existe sempre controvérsia. Aliás, é fundamental que exista. Neste momento, sinto-me crescer. Os dias passam, normalmente. Eu passo por aqui, por mim, sinto que estou a ficar mais eu.
Deparo-me com quem gosto. Até mesmo com aqueles que não sempre presentes, não existe um dia em que, por um motivo ou outro, não saiba que gosto deles. Afinal, sou simples.
Gosto mesmo de gostar. Por vezes até demais. Gostar, não é difícil. Eu gosto.
Dos que me esboçam um sorriso.
Dos que me falam.
Dos que se preocupam comigo.
Dos que ouvem imensas das minhas parvoíces sempre a dizer que não chateio embora seja totalmente o contrário.
Daqueles que noutros tempos mais infantis me espetaram uma faca nas costas e me fizeram chegar até hoje.
Dos que me fizeram vir ao mundo e ao longo destes anos riem e choram comigo.
Eu gosto mesmo de gostar.
Pelos vistos, mesmo que leiam tudo o que escrevo, ou não, estão em mim.
Nos momentos em que um nó faz força e dói na minha garganta e me apetece gritar ao mundo, para quê fazê-lo? Não preciso de ser cruel. Não preciso de ser bruta.
Basta que não contenha a lágrima que cái do meu olho para saber que gosto e que afinal, sem qualquer tipo de dúvida, está tudo bem. Basta-me isso, para saber que não poderia viver com melhores pessoas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Tudo do nada.

Quis lembrar-me de ti, pensar o que serias, se o fosses. Nem sei se te encontraria por aí, quanto mais se virias ter comigo. Tento por tudo arrancar esta crosta, não gosto de a ver aqui. Pego nele e sei que posso falar contigo, tentar, no mínimo.
Tudo é tão efémero quanto o momento, tudo marca e faz mudar conforme o segundo. As escolhas feitas nem sempre são assumidas, nem sempre se notam fazer. Escolhi algo para isto? Deixei-me ficar apenas por aqui, mas algo faz com que me ache por caminhos perto dos teus, na tua tentativa sem sucesso.

Não se sabe dizer se bem ou mal, se é ou não, apenas que se for algo não passará de um todo, conduzido ao longo do leito do rio, chegando ao que nos pode dizer. Se o fosse, será que poderia tê-lo sido?
Não faças perguntas. Não digas nada. Olha, bem no fundo do que contigo fala. Será que é mesmo isso? Ou é apenas o nada? Um sonho? Olha!... Não desistas! Consegues ver?... É mesmo aquilo o que vês?... É?

domingo, 4 de novembro de 2007

Música.

Hoje quando acordei, tarde é verdade, liguei aquela coisinha que dá música e ouvi a mensagem que cada uma, outra após outra, me transmitia.
Positiva ou negativa, é sempre uma mensagem. E as que ouvi hoje são as que encaro ao virar de cada esquina. Afinal, a melodia, quando conjugada com o suave sibilar de palavras, gritos sentidos, seja o que for, é sempre uma mensagem adquirida.
Ás segundas e terças feiras discuto sempre, mesmo que por vezes de uma forma confusa que quem não tem aulas para se debruçar sobre o assunto não entenderia, o modo de como se comunica. Aliás, é bem mais complexo do que qualquer comum pensa. Dá azo a... questões filosóficas?! Enfim, comunicar é-nos inato, é a conclusão mais acertada a que chego.
Mas, quando se faz algo chamado música, a comunicação é feita de uma forma livre, em que não necessita de existir o entendimento mais correcto entre aquele que nos passa a mensagem e nós que a recebemos. E isto não tem de ser sempre assim, isso que fique claro, não venha algum professor meu ler isto e martirizar-me até ao fim do semestre.
Cada um entende o que quer de uma forma só sua, ligando o que ouve ao que é. E hoje, aquela coisinha que me dá música, fez-me saltar por aí e entender o que ela diz, comunicar com ela. Quando interpreto a música, eu sei que comunico.
Hoje não é segunda nem terça feira, é apenas mais um dia, em que, como em cada dia que acorde, eu me debruço sobre a comunicação e sei o quão ela faz parte de mim. Basta-me ouvir música, comunico na minha forma mais pura.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Hoje sonhei contigo.

Hoje sonhei contigo. Hoje sonhei o que me eras, o que queria que fosses. Hoje sonhei que te superavas.
Aquela tua forma tão tua, a que realmente te pertence, soltar-se-ia, mostrando que é a mais importante. A maneira de como sorris e olhas, diria ao mundo que tens vontade.
Hoje sonhei contigo e não queria tê-lo feito. Vi-te de tal forma alguém empenhado, que agora desejo que o sejas. Quero tudo o que sonhei. Hoje sonhei com a pessoa em que te tornavas real, em que deixavas para sempre o que julgavas ser para dar espaço ao que claramente és. Hoje não quis sonhar contigo para não te descobrir e consequentemente desejar-te. Hoje, eu quis dormir somente. Mas tu não deixaste. Fizeste-me sonhar-te. Agora, tudo o que para mim seria um sonho, não passa disso mesmo.
Hoje sonhei contigo. Sonhei com o teu real que vive apenas na tua sombra.




sábado, 27 de outubro de 2007

...!


Hoje queria afirmar o quão sou feliz.
Não posso, faltam-me as palavras.
Contudo, há imagens que o demonstram muito bem.
... Não?!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Acordar?!...

Hoje apenas preciso de acordar. Sentir tudo isto e aquilo, viver a vida. Adormeci enquanto viajava por aí, enquanto a música tocava e eu sabia que podia voar e que não o tinha feito!... Não consegui. Precisava de abrir os olhos e saber que podia saltar e correr sobre o ar, mas estes estavam cerrados com tanta força!, sem que a mais pequena intenção fizesse com que vissem o mundo. Soube aí que era necessário que deixasse o sono. Esforcei-me tanto! mas,... Afinal de contas, eu estava a pensar, a falar comigo!
Então porquê não via o dia?

Não precisava. Soube-o apenas.
Abri os olhos noutra direccção. Nessa, eu vi. O que continha, era puro. Eram apenas pessoas, todas diferentes, unidas num só propósito comum. Voei, soube que podia saltar. Quando planava por aí, fui somente na minha direcção. Com os olhos presos dentro da mesma. Quando corri sobre o ar, descobri. Todo aquele propósito era eu. Aquelas pessoas eram o que sou. Tudo o que não via estava então a olhos nús para o mundo. Quem quisesse que lhe falasse, que lhe tocasse, que o sentisse. Que o abraçasse e fosse com ele.
Eu não via o dia. Via apenas o que queria, o que era e o que continha. E não me importei de todo com isso. De facto, é bom estar ainda a dormir.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Computadores assassinados.

Existe uma cadeira chamada Análise de Dados.
Essa cadeira, que com o maior prazer assisto às aulas neste primeiro semestre, é a matéria que mais nos traz a matemática. Todas as sextas-feiras acordo desejosa de chegar a hora de entrar naquela sala para ver o que de novo, interessante e útil nos traz a disciplina. O facto é que, quando eu estou disposta a trabalhar com todo o fervor, o computador no qual trabalho junta-se á minha vontade de o fazer e decide colaborar, ou não, comigo.
Hoje, foi mais uma dessas ocasiões. Estava empenhadíssima em formatar algo no belo do SPSS quando, sem avisar, o meu monitor fica todo preto e apresenta uma mensagem que não me deixa aperceber do que irá acontecer a seguir. Pois então, é nessa altura que encaro a realidade: o meu computador morreu.
Morreu.
Quando o preto do ecrã se mantém, só consigo demonstrar a minha expressão de incredulidade e o meu desespero a virem ao de cima, altura em que os colegas do lado sempre riem. Eu, em pânico, a querer trabalhar e não poder. E o computador, o meu computador, morreu.
Na semana passada, cometi o assassínio de uma das máquinas informáticas presentes na sala. Hoje, com outro computador, o seu companheiro do lado, sucedeu o mesmo.
De facto, daqui a uns tempos haverá uma altura em que serei distinguida com um diploma na ESCS: A aluna que mais computadores fez morrer.
Até isso, será um motivo de orgulho.
É de tomar em consideração todo o sarcasmo barato que preenche este texto.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Afinal de contas.



Sim, tudo isto é estranho, tudo isto é meu. Toda a insanidade que pensam que sou não é de todo o que a minha vida representa. Hoje deparei-me comigo. Com todo o trepidar do comboio, o barulho, o que quer que seja. Aquele rodopiar de pessoas que apressadamente entram e saem, eu sempre a virar-me naquele banco desconfortável, que me deixa procurar o sono. Quando caminho para aquele edifício, encontro a felicidade ali, bem dentro da minha roupa. Sim, é isto que quero, é aqui que me sou. Aliás, não podia ser de melhor forma.
Chegou a hora de me soltar. Hoje, larguei as minhas cordas e sei. Sou capaz de. Do que quer que seja. Daquilo em que acredito. Por muitas dificuldades que surjam, nada como lutar. Tentar. Saber. Nada como dar graças pelo que temos.
Por muito amedrontada que me sinta, o meu sorriso que se solta envergonhado é muito mais forte. Transcende-me ao me mostrar. Eu gosto dele. Há uns tempos sentia-o velho e feio. Agora, para mim, é o melhor que sempre tive.
São as pessoas que me preenchem. Ao olhar em volta e perceber quem está mesmo presente no meu quotidiano, dou graças a mim mesma por ser capaz de manter comigo os melhores. Todos os dias. De seleccionar os que me dizem muito. De conhecer os que são especiais.
Quando tenho motivos para rir, solto uma gargalhada.
Afinal de contas, eu sou muito feliz.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Caloirinha.


Oh yeah, sou uma caloirinha da ESCS ='D !
Estou tão contente!
Não me responsabilizo pelo conteúdo da imagem que está acima apresentada. E mesmo assim não se veêm as costas, os braços e as mãos .
Oh sim, jornalismo a bombar!
Pena ser tão pouquinho tempo... Por isso esta semana é para aproveitar!
Praxes olé, sou uma caloira montanhas de fixe! Enfim, só nestas alturas não é mau ser lixo. É saber que conseguimos alcançar uma vitória!
Meninos que ainda por aí estão e que aguardam pela vossa vez : Se não conseguiram, não desistam nunca! Há que batalhar por tudo aquilo em que o nosso ego acredita . Se ainda não tentaram, quando o fizerem que tenham o maior entusiasmo. Estes dias vão ser marcantes na minha pessoa! Quero que o sejam em vocês também.
Never give up!
Always give in!
Sou uma caloirinha felicíssima bolas!
Jornalismo - Escola Superior de Comunicação Social . A melhor .

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Parabéns.

Lembro-me de uns óculos de sol que tinhas, nos tempos de hoje são horríveis. Das nossas férias no Algarve onde eu me sentava ao teu colo, muitíssimo feliz. De conversarmos com a mãe na cama para escolher o nome para a mana. De estar a ver o Cartoon na casa da Toinha com a mana e tu chegares, dizeres que iamos ter mais um mano. Lembro-me de me apanhares o cabelo num toticho, que embora doesse mais, ficava mais forte do que o da mãe. De me dares comida à boca e me cantares. De me contares que enquanto dormia estava a crescer. De chorar para ti quando me dás grandes lições de vida. De aprender com cada sorriso teu. De dizeres coisas com as quais me indigno mas que quando as repenso sei que estás certo. Lembro-me de tudo, desde o dia em que abri os olhos. Adorava quando iamos a Monte Gordo à noite. Quando fomos à Madeira compraste-me um tubo cor de rosa que fazia um som enervante quando o agitavamos, mas que eu amava. Dos bonequinhos que vinham em saquetas para fazer coleção. De todas as histórias que me contavas. De me deixares ir para as colónias, de conseguires com que a minha vida seja perfeita. Recordo muito bem a grande birra que fiz e tu me compraste uns AllStar. Tenho em mim todas as vertentes das férias que me proporcionaste este ano. Todas as vezes que gritaste comigo. Cada vez que olhas para mim.
Eu gosto mesmo de ti assim. Não trocava de pai por nada deste mundo, acredita. Gosto muito de falar contigo e ver tudo o que me fazes crescer. Gosto mesmo de ti.
Não podia haver melhor pai, mais um ano passa e mais sei que te tenho sempre comigo.
És o meu ídolo, o melhor de todos. Venha quem vier.
Obrigada pelo amigo que também tu és.
Obrigada por me fazeres viver.
Parabéns.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Nem sei.

Nem sei. Há aqueles dias em que não temos vontade de nada. Em que estamos tão estupefactos com tudo que o pensamos, que nos tornamos inconscientes. Saber tanto, precisar de muito, querer mais. Ter a sensação que se estivéssemos noutro lugar era tão mais bom. Talvez não tanto. Aqui, onde quer que seja, lembra-se o mesmo. É o mesmo que nos constrói. No outro dia gostei de sair à rua. Não fiquei receosa, não me escondi atrás dos meus óculos escuros. Apenas olhei à minha volta e procurei todos aqueles rostos que anseio ver. Ainda que me pareça mesmo complicado que tal aconteça. Eu tinha esperança comigo.
Hoje não é um desses dias. Hoje é quando oiço coisas com que me revolto e permaneço no mesmo sítio, sem nada dizer. É quando arranco o verniz sem dó nem piedade e não me importo se se parte a unha. É a altura em que fujo da música porque sei que no primeiro acorde vou cair. É o dia em que todos os bolos que meto dentro do forno, correm mal. Hoje, decididamente, é o meu dia. É quando penso e quero chegar a uma conclusão, é quando sei que o quer que faça não vai ser positivo, é saber que erro. Que vivo, que me debruço sobre mim.
Hoje não tenho vontade de nada. Só de permanecer neste tudo como uma incógnita. Será que alguém sabe que estou aqui?
Hoje só queria ver o teu sorriso e saber que me abraças.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Já te disse ! ...

Não sei, foi por acaso, talvez não, acabar por ficar ali, com aquelas pessoas.
Tínhamos tudo. A estupidez, a timidez, a parvoíce, a força, a motivação, a coragem, o riso contagiante, a expressão natural, tinham-me a mim e um comandante sem igual. Em cada um havia algo, em todos, havia tudo. Nunca tinha conhecido algo assim, onde me bastava olhar para saber que seríamos capazes de mais, de tudo. Apenas sonhávamos, logo a seguir concretizávamos.
Foram os últimos nesta minha condição, foram aqueles que nunca vou esquecer, foram tudo o que sempre quis, foram e serão sempre aquela magia que ninguém iguala porque fosse para o que fosse, estávamos todos em tudo. Não éramos perfeitos, tínhamos muitos momentos estranhos, para não lhes chamar outra coisa, mas tudo o que de bom existiu é o que agora impera na minha cabeça.
Como me posso esquecer da revelação da Catarina, na sua pele de diabo?
Dos dois pés torcidos num espaço de cinco segundos da Inês?
De todas as teorias do Lambuxa sem qualquer tipo de fundamento?
Da agilidade do Joli para nunca se cansar de lançar a bola para a frente?
Dos salvamentos ao Alex em que ele sorria sempre, na sua condição de prisioneiro?
Da estratégia de râguebi dada pelo Chico?
Do "Já ganhámos pessoal" do Rui assim que se ouvia o nome de cada jogo?
Dos movimentos sensuais da Sara quando foi aquela modelo no teatro?
Do nosso monitor André que sempre puxou por nós?
Da minha captura de 40 laços em 3 minutos?
São momentos, coisas nossas. Que fizemos em conjunto, que partilhámos sempre, com vontade de mais e mais. Se é para ganhar, ganhámos. Mesmo que depois nos apareça um quarto lugar.
Nós quisemos mudar o mundo. E conseguimos. Nunca me vou esquecer dos Já te disse.
É impossível.
E aquela canção que na brincadeira e com toda a força fizemos, entoa na minha mente a cada segundo que passa. Porque é linda. E é nossa.



"Já te disse!...
Que gostamos de cá estar.
Já te disse!...
Que no fim vamos ganhar.
Já te disse!...
O nosso lema é união.
Já te disse!...
Aqui reina a diversão."

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Hoje.

Quando acordou hoje, o seu primeiro impulso foi só um, voltar-se para o outro lado e desejar dormir. Que sonho havia sido aquele? Ou melhor: Porquê aquele sonho? Existem tantos outros sentimentos que se podem sonhar, porquê voltar a insistir neste?
No dia em que realmente se apercebeu de quem tinha ali à sua frente, algo mudou. Doeu um bocadinho!... Abriu-se, com um rasgão sempre a direito, na vertical, onde só poderia passar algo puro. E foi o que aconteceu. Assim, de um segundo para o outro, ela cambaleou. Esbugalhou os olhos, como se estes fossem a saltar-lhe da cara e ela precisasse decididamente de gritar. Contudo, após aquele sopro se colocar firmemente dentro do seu coração, o rasgão deixou de existir. Coseu-se de uma forma tão apertada, que nem mil tesouras conseguiriam destronar aqueles pontos firmes. Aí, no decorrer destes escassos dois segundos, ela olhou nos olhos de quem ali estava e, timidamente, sorriu. Já está, agora não há nada a fazer. Alojou-se ali, nem sequer tinha tido tempo de pensar se o queria. Não há volta a dar.
E hoje, uma vez mais, aquele rosto surgira em si, de forma inconsciente. Não chegam todas as vezes em que o nome daquela miragem lhe capta a memória durante o dia, tinha de o fazer também agora, quando queria paz. Procurar outro mundo.
Uma vez mais, não era assim tão positivo. Afinal de contas, o que se entrelaçara dentro de si era especial. Aquele sentimento que todos temem de tão perfeito e cheio de defeitos que deve ser. Uma vez mais, passados tantos dias daquele primeiro, ela via o que mais lhe custava ver. A tal alma, ali, a fugir de si, a dar-se a si, a viver à frente dela.
Por isso queria, queria voltar-se para o lado, adormecer de novo, já que começou agora que acabe de vez!, ver o desfecho dessa sua aventura, romper com toda aquela linha bem amarrada e deixar sair o que bate ali dentro. Mas não, há que permanecer sempre na incógnita, sem saber como, o quê, porquê.
Quando acordou hoje, logo após o seu primeiro impulso, houve algo que o contrariou. Seria o segundo? Ela levantou-se, ligou o rádio, pôs o volume bem alto e cantou a plenos pulmões:
“Toda a vida procurei, sem saber bem o quê.
Tudo sempre perguntei, sem ter como responder.
Talvez porque não quis ver o como, o porquê.
De ver tudo o que não fiz quando és tu quem quero ver.
Não posso, não vejo, assim!...
Não sinto, não vivo, sem ti.
Tudo o que por nós passou, sem ter medo de hesitar.
História de quem te amou e de quem não sabe amar.
Tudo isto é o que eu sou e mais não te posso dar.
Sou tudo o que te dou, isso sim há-de ficar.
Não posso, não vejo, assim!...
Não sinto, não vivo, sem ti.
Não posso, não vejo, assim!...
Não sinto, não vivo, sem ti.
Quando és tu quem quero ver, não posso, não vejo, assim!...
Quando és tu quem quero ver, não sinto, não vivo, sem ti."

domingo, 2 de setembro de 2007

a minha varanda .

Procuro em cada partícula suspensa no ar, tudo o que sou. Custa encontrar-me por aí, onde sei que ando. Mas,... estou tão afastada de tanto. Debruço-me sobre esta varanda. Será que posso cair? Que será que acontece? Consiguirei voar? Ou acabarei ali, lá em baixo, estatelada no chão? Firme e hirta!... Apenas eu.
. . .
Porque é que não sei? Terei de experimentar? Há as amarras presas dentro de mim, que apertam tudo, que não me deixam sentir. Ser? Preciso de uma tesoura. Sim, para cortá-las! Quando estiverem em pedacinhos basta que as deite fora. Solte por aí, sem poluir, sem as abandonar. Aquelas cordas fortes, assim que eu precisar, voltam e vêm, prendem tudo de novo. Mais forte!, e será precisa outra tesoura, ainda maior.
O pensamento é algo muito poderoso. Basta!, já está. Pensamos. De segundo para segundo pode mudar-se o que queremos, ou então cimentar-se. Depende, que penso agora? Quero mesmo ser assim, como sou. E o meu pensamento fá-lo. Não sou capaz de tudo, mas consigo muito. Quando penso, consigo enganar-me, ver distorcido o que sinto. Será o sentimento superior ao pensamento?
O meu é.
Por mais que o raciocínio me diga para ser um, o meu coração sente dois. E aí, nada o contraria. É sempre tão superior a tudo!... Mas o que penso não ajuda. Não destrona a sensação, nunca, mas quando quer reprime-a. Nada pode ser perfeito, nada é sempre igual, nem sempre se é bom. Há que prender, há que pensar, há que ser. E quando se é sente-se e pensa-se.
Ainda assim, mesmo que se pense tudo, é ele, ele quem impera, lá no seu pedestal! O que ele emana, o que ele pensa. O coração pensa, sente e fala.
E tudo, tudo o que ele fala é o que de mais correcto existe. Porque é somente o verdadeiro pensamento que existe dentro de todos.
Não tem de ser necessariamente picuinhas ou até comovente o que ele diz, porque nem sempre é. Apenas é o que está certo para nós, para o mundo visto pelo que somos.
Afinal de contas, em todos existe alguém dentro do que pensamos ser, algo superior que todos comanda e guia, faz com que existamos. É apenas o coração, no seu sentido abstracto e não menos real,que manda tudo o que quer.
E há que agradecer toda a vida por isso.
. . .
Sim, lancei-me. Debrucei-me de mais!... Estou aqui agora. Mas onde? Nem sei. Certo é que voei, planei um pouquinho. Olhei alto e consegui vislumbrar, lá ao fundo a imagem que queria. Capturei alguns pedaços meus, soltos por aí. Sorri, obviamente. Contudo, assim que o fiz, caí. Não deu para pensar. Estatelei-me no chão de uma forma tão ríspida que nem deu tempo à dor, ao grito. Caí. Estou aqui. Sem me mexer. E agora, será que vivo?... Algo me diz que ainda consigo respirar! Calma, calma... Que é isto? Hum, esta sensação!, não me é estranha!
Ah, é apenas a essência.
A lágrima que cai do meu rosto.
E lá no alto, a varanda continua imóvel. Será que posso voltar aí?