sábado, 30 de agosto de 2008

Facas no peito^

Já falei aqui de quando nos espetam facas nas costas. Pois bem, afinal, também se espetam facas no peito. Daquelas facas, que de tão velhas e pouco afiadas, pensamos ser incapazes de o fazer. Mas, a verdade, é que espetam. Tomam posição à nossa frente, para que as vejamos. E depois, num golpe seco, vêm direitas a nós. Já foste.
Espetam com tal intensidade que falta o ar no momento do embate. Que vamos de encontro à parede mais próxima, com toda a força. E fica, espetada, enquanto caem as lágrimas. Que nunca acabam, nunca secam. Pensava eu que só eram por trás, sem as vermos, com a cobardia dos outros. Afinal, também são claras, olhos nos olhos, com intenção, ferindo mesmo, por não se acreditar que é verdade.
E é assim que, depois das facas nas costas que nos deixam absortos na crueldade das pessoas, existem as facas no peito que trazem a mais pura, completa e magoada desilusão.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Saudade~

Saudade, palavra tão portuguesa essa. É o que toda a gente diz. Mas Saudade é uma palavra minha. Não sei explicá-la, mas está aqui, vês?
Parece que me falta o ar. Ou melhor, que respiro com menos vontade. Parece que não sei falar. Tudo o que digo é apenas sinceridade.
Sinto falta de ti, apenas tenho a memória. Preciso do presente aqui, junto, uma vitória.
Esta palavra minha diz tudo, tudo o que é sentir. Transparece o meu mundo, recorda o que me faz sorrir.
Mas faltas tu, faltas tu aqui. Quero mandar a Saudade embora e dizer-lhe que, ainda que seja uma palavra bela, eu, aqui dentro, vês?, não gosto dela.
Não sei... É mais que isso. É um olhar, um sorriso, um abraço apertado, um beijinho na testa, uma festa na face, um bater de coração bem alto, que voa. Lembras-te de quando era tudo nosso? Sozinho, sem ela? Quero de volta!
Saudade, palavra minha. Vai embora, sim? Durante um bocadinho... Traz de volta o meu sonho pequenino, a minha vontade feliz. Aquele desejo, Saudade, que quando mo concretizas, sorris.