quinta-feira, 26 de junho de 2008

=)

Abre a janela e voa. Sai, deixa-te levar pela brisa. Estica os braços e levanta o queixo para o cabelo esvoaçar. Fecha os olhos e sente o mundo. Afinal ainda existem coisas boas.
Dá piruetas até ao infinito, ri como nunca, grita, festeja, sente-te aqui. Vá, anda. Dá-me a mão que eu levo-te comigo, para não teres medo. Vês como tudo é mágico? Esquece as pedras onde tropeçaste, ultrapassa as barreiras que se colocaram no teu caminho. És tão especial quanto eu!
Mais um cambalhota feita por entre nuvens de sorrisos. Renasce! Há sempre algo que nos puxa em frente, sempre, só que às vezes é mais difícil de encontrar. Nada está perdido, nada. Não existe um fim, existe um novo início! Não vês que até as gargalhadas são outras?
Vamos, corre pelo vento! Já está longe, lá em baixo, o quarto de onde saiste. Agora continua, salta! Vamos, passear, colher flores do céu! Não é boa condutora esta aragem que nos traz? Ah, como somos capazes de deixar também o nosso rasto luminoso, ardente de magia e encantamento. Cheio de nós, vivo.
Anda, não temas. Voa, mesmo que não saibas. Sorri, ainda que não haja motivo. Grita, nem que seja apenas um grunhido. Sente. Sente, mais do que nunca.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sei lá

Estou cansada de pessoas. De sentimentos, de coisas, de momentos, de lágrimas, de irritações dentro de mim. Cansada de me questionar sobre tudo, sobre o que se merece ou não. Na imensidão do mundo poucas são as palavras que realmente importam, menos ainda são aquelas que se sentem. Pode até existir toda uma articulação de conceitos, a criação de uma frase extremamente bonita. Mas que importa isso, se não sai de lá nada?
Cansam as pessoas. As que não veêm porque não querem. Ou as que só veêm o que querem. Isto da mágoa tem muito que se lhe diga.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

23/06/2008

Mais uma lágrima que cai, mais um bocado de pele que se rasga. Estou cansada de pessoas.
Na maior parte das vezes não falo, sinto. Por cada sorriso que me dão, eu assimilo. Por casa abraço, eu aconchego. Por cada lágrima... Sou uma caixa do sentir. Não sei é se gosto de gostar.
Sinto-me especial quando vejo um sorriso, quando sorrio para alguém, quando sinto amor pelas pessoas, quando estimo outros iguais a mim e me sinto inútil ao vê-los grandes, ao tê-los grandes.
Ainda assim há tanta vontade de desistir, tanta. Quando o meu sorriso se substitui por um nó demasiado apertado na garganta, num respirar ofegante, pelas lágrimas tristes e contínuas, pela expressão monstruosa de um horrível sofrer. A dor é mais forte, é o que se sente em primazia.
Tento iludir-me de que não é assim, de que os momentos bons são mais capazes. Podem ser, quem sabe. O que custa é ver um momento de amor transformado num de dor. Complementam-se, parece-me. Podia ser ao contrário, primeiro a dor, depois o amor. Na maior parte das vezes não é assim que acontece.
As pessoas são quem mos trazem, sou uma construção de pessoas. Vivem cá dentro. Confio nelas, a confiança, confio, acredito, creio. Dou-lhes a mão e trago-as para um paraíso meu.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

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O nó está a apertar e há algum tempo que se sentia assim. Troca, desespero, raiva. Impulso incontrolável de ódio, sensação de desprezo, a repulsa personificada. Não vai cair porque não quer que caia, quer que se aguente, se cale e sofra só. Um momento vale por mil, mil que valem por uma vida e o espeto sempre pronto a atacar. Fixa o alvo e afia-se. Nada a fazer, aí vem ele, direitinho.
Não é desilusão, é horror. Aperto corrosivo, que não sara e se desfaz. Queima e arde, aqui, de uma só vez. Continua, sem cessar. Permanece, sempre ao de leve, com uma amargura maior de vez em quando
Agora mata, pesadelos vivos e reais.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Amizade.

Não é preciso falar muito nem pouco, basta falar. Um olhar que diga, algo que o dite, o suspiro cúmplice. E é assim que sei, que me congratulo de ver que é verdade. Há medo de a perder, que se desvaneça e saia, que vá embora, de uma vez, como tantas que já foi. Numas alturas volta, mas acaba sempre por seguir o seu caminho. O perder é constante, ir sem retornar, ir, porque decidiu.
E foi, mesmo que tenha feito tudo para que ficasse. Agora, sei que posso tê-la sem que se desvaneça como a brisa que passa rápido. Aos poucos vai ficando, perdurando, fortalecendo-se. Como é boa a sensação. Momentos inesquecíveis de partilha entre o sol e o mar, escritos num areal da vida, permanentes, nossos.
Tu que prendes e pedes, cedes e ofereces, cativas e trazes. Que me respiras. Nem que se esteja longe, a distância não existe. Nada deixa que nos percamos. O nosso caminho está traçado, não vamos sair dele.
Seguir o trilho, rumo a nós. Porque não é preciso tudo, basta que se una, que seja um, o que ja é, mais forte. Isso, sempre.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A corda.

Agora o meu coração está a doer. Tem uma corda que o aperta e rasga, que o fere e faz com que escorram lágrimas dos meus olhos.
A verdade é esta, a que aceito. Aliás, não poderia ser de outra forma. A vida é efemera, mas mesmo assim o sofrimento quer fazer parte dela. Consegue, destrói, espeta e mata. O meu coração está a doer. Ergo a cabeça, mas o que acontece é que as lágrimas caem mais direitas. A corda está a apertar, cada vez mais. Ainda acho que há algo que o mantém vivo... Sim, existe.
Com cada rasgão, cada fio de corda que prende mais, as lágrimas acalmam. A dor suporta-se, mas não desaparece. Uma vontade de gritar é espontânea, mas quando se abre a boca, o som prende. Pensamentos, não existem. Vontades, não se revelam. Sentimentos, esses, não desaparecem e não percebo o porquê.
E continua, doendo, sem parar, o insuportável coração! Não percebes que gostava que soltasses a corda? Que me deixasses respirar de novo, sem te aleijares? És um cobarde! Não te aguentas com um aperto, não lhe dás luta, deixas-te simplesmente amachucar, emaranhar!
Não tenho vergonha de ti, coração. És como eu quero que sejas. Mas a corda, não podemos mesmo mandá-la embora?