segunda-feira, 23 de junho de 2008

23/06/2008

Mais uma lágrima que cai, mais um bocado de pele que se rasga. Estou cansada de pessoas.
Na maior parte das vezes não falo, sinto. Por cada sorriso que me dão, eu assimilo. Por casa abraço, eu aconchego. Por cada lágrima... Sou uma caixa do sentir. Não sei é se gosto de gostar.
Sinto-me especial quando vejo um sorriso, quando sorrio para alguém, quando sinto amor pelas pessoas, quando estimo outros iguais a mim e me sinto inútil ao vê-los grandes, ao tê-los grandes.
Ainda assim há tanta vontade de desistir, tanta. Quando o meu sorriso se substitui por um nó demasiado apertado na garganta, num respirar ofegante, pelas lágrimas tristes e contínuas, pela expressão monstruosa de um horrível sofrer. A dor é mais forte, é o que se sente em primazia.
Tento iludir-me de que não é assim, de que os momentos bons são mais capazes. Podem ser, quem sabe. O que custa é ver um momento de amor transformado num de dor. Complementam-se, parece-me. Podia ser ao contrário, primeiro a dor, depois o amor. Na maior parte das vezes não é assim que acontece.
As pessoas são quem mos trazem, sou uma construção de pessoas. Vivem cá dentro. Confio nelas, a confiança, confio, acredito, creio. Dou-lhes a mão e trago-as para um paraíso meu.

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