sexta-feira, 6 de junho de 2008

A corda.

Agora o meu coração está a doer. Tem uma corda que o aperta e rasga, que o fere e faz com que escorram lágrimas dos meus olhos.
A verdade é esta, a que aceito. Aliás, não poderia ser de outra forma. A vida é efemera, mas mesmo assim o sofrimento quer fazer parte dela. Consegue, destrói, espeta e mata. O meu coração está a doer. Ergo a cabeça, mas o que acontece é que as lágrimas caem mais direitas. A corda está a apertar, cada vez mais. Ainda acho que há algo que o mantém vivo... Sim, existe.
Com cada rasgão, cada fio de corda que prende mais, as lágrimas acalmam. A dor suporta-se, mas não desaparece. Uma vontade de gritar é espontânea, mas quando se abre a boca, o som prende. Pensamentos, não existem. Vontades, não se revelam. Sentimentos, esses, não desaparecem e não percebo o porquê.
E continua, doendo, sem parar, o insuportável coração! Não percebes que gostava que soltasses a corda? Que me deixasses respirar de novo, sem te aleijares? És um cobarde! Não te aguentas com um aperto, não lhe dás luta, deixas-te simplesmente amachucar, emaranhar!
Não tenho vergonha de ti, coração. És como eu quero que sejas. Mas a corda, não podemos mesmo mandá-la embora?

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