segunda-feira, 27 de julho de 2009

olhar

Sentada, olha o infinito através dos pinheiros que a rodeiam. O cheiro a mar vem lá do longe trazido pela brisa, e a música da cidade chega distorcida. Sabe que se se levantar baterá com a cabeça e acordará da sua áura de encatamento, mas não encontra maneira de descobrir o que fazer. Serão os livros que a transportam para a magia? Ou será somente aquele pensamento inerente que nunca quer assumir?
Dia após dia, caminha por entre ruas, em horas perdidas. Olha o mar todas as manhãs, e todas as manhãs espera que venha com o reflexo do sol... Mas nada, nunca vem. Apenas olhando o horizonte encontra aquilo que procura, encontra a sua acalmia infinita. Caminha em busca de um rosto cúmplice, algo que a transporte para o que é real. Ainda assim, falta sempre aquele bocadinho, aquela peça do puzzle que é fundamental para completar a imagem.
Agora perdida por entre as ramagens, procura mais uma vez aquilo que anseia ver. Parece difícil de achar, mas não estará lá mais ao longe por entre as àrvores mais densas? Quem sabe... Aventurar-se foi sempre algo que soube fazer, teria de o descobrir novamente. Conseguiria?
Desiste, com um suspiro. Para quê procurar? O que vagueia por aí se a quiser com ela virá ter. Quando o seu puzzle estiver pronto para ser completo, rapidamente a peça que falta encontrará o seu rumo. Por mais que a saiba importante, nada lhe resta senão esperar. Amanhã será um novo dia e uma vez mais ela procurará o mar. Encontrará lá ao fundo aquele olhar que, dia após dia, está cada vez mais perto de si.

Sem comentários: