quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

o Rio.

Hoje levaste-me a ver o rio e embora já o tenha visto tantas vezes, achei que não o conhecia. Vi-o de um outro lugar, com outros olhos, contigo. Fascinante, não? A àgua até estava límpida e consegui imaginar aquele golfinho que outrora por ali saltava, feliz e risonho, como eu estava. Sabes quando apetece apenas abrir os braços e voar? Foi isso, achei-me capaz de o fazer.
Por entre palavras dispersas, conversas até, sei que afinal não és "mesmo parvo!", mas sim aquele menino de bronze no meu jardim da noite que tento descobrir a cada dia. O mistério à tua volta não é constante, mas é um mistério. Ainda que saiba que te tenho ali no meu recanto, não quero pensar-te com medo de que te vás embora. Afinal, foste o único que me levou e me fez olhar para aquelas águas familiares e sentir que tinham algo de novo lá dentro. Sabes quando queres que o tempo páre e fique a pairar por um bom bocado? Foi isso, foi o que quis.
Hoje levaste-me a ver o rio e achei que me poderias levar a descobrir o céu. Mesmo sem saber como, sem conhecer o porquê, fazes-me bem. Ainda que não saiba o que de ti sai, o que queres que de ti saia, eu sou uma página em branco. Sou apenas um simples pedaço de papel onde, a cada vez que te vejo, escreves um pouco de história... Sem motivos, sem confusões. Terá isto algum significado?... Talvez. Apenas e somente porque hoje, tu, e não outro, me levaste a ver o rio e olhá-lo como um desconhecido.

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