quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

...?

Hoje abri as asas e voei. Percorri todo o meu rio, roçando os meus dedos naquela subtil ondulação fascinante. Por dentro do céu e seguindo o curso natural do leito, observo as margens cheias do seu colorido verde, onde me perco sem demoras. Parece que lá ao fundo vejo o menino de bronze que entoo a cada noite e me faz dormir há tanto tempo. Procurei, por entre todas as plantas, voltar a vislumbrar aquela figura. Acho que a vejo lá ao fundo, mas não tenho a certeza... E agora? Deverei voar até lá, ver se o é mesmo? Ou continuar no meu percurso sobre este leito? Talvez ir, apenas, por um sítio qualquer até me resolver...
Subo até às nuves e brinco com elas. Calmas, suaves, queridas até, trazem-me sorrisos e distraem-me o pensamento... Lá em baixo continua a água que corre, e aquela luminosidade por entre as plantas. Não sei que farei, senão continuar a voar. Sussuro com o vento, quero que me ajude agora, na sua frescura e sensatez impenetráveis. É tão difícil perceber a sua linguagem hoje... Parece que terei de decidir sozinha, tal ave livre e capaz de conhecer o mundo por onde quer que vá. Tenho a certeza de que o menino da minha canção está ali, mas também sei que o rio me levará ao meu fim, àquele mar liberto de mágoa e medo...

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