quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

all over again

Aquele dedo que ainda nos prendia, para que eu não caísse do precipício, soltou-se. Consegui mergulhar no mar, mas para ti sei que morri. Fui embora naquele momento e acabei, ponto final. Perdida nas ondas pergunto-me se valerá a pena. Já estou cansada de dar braçadas frenéticas e não encontrar um porto seguro. Todos me parecem ameaçadores. Se tivesse o teu...
Penso se não será melhor que me vire de costas para água e boie por aí, sem rumo. Aonde for parar, irei... Vem-me uma música à memória e canto. Canto até que me falte o ar e eu embata numa qualquer praia. Era tão bem melhor se fosse a tua. Nem me lembro disso, apenas deixo a minha voz trémula percorrer este mar comigo. Que farei agora? Nada, senão ir.
Não sei porque é que me deixaste cair. Porque é que não aguentaste mais e tiveste de me soltar. Será que lamentaste ter-me visto partir? Gostava de o saber, gostava de ter a certeza de que vale a pena continuar envolta no mar, mas sempre esperançosa. Será que valerá a pena entoar esta canção e ir de encontro a ti? Não sei como, mas estou certa de que irei. Quererás-me de volta?
Preciso de voltar àquele momento, ao segundo em que me deixaste cair e perguntar-te: vais procurar-me? Tenho a sensação de que agora andas somente por aí, envolto noutra magia que não aquela que nos era comum. É uma certeza na minha cabeça. Preferia que ma tivesses dito... Preferia ter-te dito para me procurares... Preferia ter-te feito acreditar que tudo poderia continuar, que eu ia resistir... Mas não consegui. Deixei que me largasses e pronto. Deixei que fosses embora em busca de um outro igual a mim, de outros momentos contagiantes que não os meus... E foi isso que fizeste. Será que meteste em causa, alguma vez, que eu seria forte o suficiente para resistir e procurar-te?
A verdade é que é isso que faço. Perdida no mar, deixei de nadar. Agora estou apenas a boiar, seguindo a força das ondas. Não sei onde vou ter. Sei somente que se acreditas que estou aqui, irei ter contigo... Se achas que parti,... É um risco.
Tudo de novo.

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