domingo, 16 de novembro de 2008

nada

Não te vou pedir nada. Nada, senão que fiques. É tanta a imensidão que me constróis, que nem sei como é capaz de ser assim.
Refúgio de sentidos soltos, pretensões vagas, senão apenas o que são. Custa, sem saber, faz falta que te sintas. Nada é o que quero de ti, o nada que me dás e tanto me preenche. Podes ficar mais um bocadinho?
Imagino-te no areal solto, indo de encontro à àgua. E esse teu sorriso parvo? Que reconforto sabê-lo. O sol ilumina-te e aqui quieta vejo a tua grandeza. Mas nada, o arrepio sai-me das costas para os braços, aqueles que envolverias uma vez só, no sempre. Não te vou pedir nada, prometo. Deixa-me apenas que te olhe.
Tenho o teu toque no meu cabelo e não deixo que desapareça. Aquela pele suave que sem querer tocava, traz-me tanta certeza, tanto querer de nada. E se te perdes? Se tudo se desvanece? Que ficará, é certo. A ilusão de te ter em mim, que quis, que construí, que não sei se é verdadeira.
Mas vai, podes ir. Deixa para trás apenas o teu rasto, o que julguei puro, o que quis ser teu. Quem sabe, um dia, seja ou não, o todo. Podes ficar, mas não te peço nada. Prometi. Dá-te apenas... somente. Somente o que quis descobrir, o que acreditei ser real.
Deixa-me apenas a tua mão, o teu sorriso, a tua vontade e puxa-me. Puxa-me e leva-me a caminhar de praia em praia, contigo a meu lado. Mas pedir-to, nada.

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