terça-feira, 24 de março de 2009

passou tudo?

Vinhas lá do fundo e eu fingia não te ver. Pelo canto do olho sabia que chegavas, mas esperava que me chamasses: sempre fui envergonhada demais. Lá me decidi a ir até ti e por entre sorrisos o nosso olhar falava de um encanto comum. Deste-me o teu ar querido e apertaste-me num abraço sincero que me fez tocar o céu. O sentimento de conforto e aconchego falou mais alto que o mundo.
Agora há um espaço vazio. O meu telefone não toca contigo e o arrepio na espinha fugiu. Sem saber porquê, algo mudou. Talvez tenha sido a chuva que foi embora ou até mesmo a vontade...
Mexias-me no cabelo com suavidade e de olhos fechados eu apenas desfrutava. Deitada no teu colo, a brisa trazia-me a paz.
Hoje falta-me o teu toque subtil. Não tenho aquele teu olhar de encanto e pacificidade. Onde foi? Talvez tenha ido viajar ou apenas nunca tenha existido...
Um minuto que fosse, chegava para uma eternidade. Apenas no silêncio, tudo tinha significado. Até quando cantavas somente, eu gostava de te ouvir. Desafinado ou não, nem conseguia reparar nisso. Quieto, de olhos fechados, sempre foste o mais bonito.
Neste momento não consigo saber o que pensar. Aliás, valerá a pena? Parece-me que foste para outro mundo e tudo se desvaneceu: aqueles pózinhos mágicos à nossa volta desapareceram. Não me perguntes o que aconteceu porque não sei. Tu, sabes? Talvez tenhas ido embora ou então nunca vieste...
Procuro o encanto que me tinhas deixado. Agora não sei para onde foi. O brilhozinho nos olhos e o arrepio contente foram embora. Não sei se irão voltar ou até se quererás que voltem. O querer está desgastado. Relembro todos os momentos de cumplicidade e pergunto-me até onde terão ido... Não vou procurá-los de volta. Não sei se farão sentido. Tu, quere-los? Talvez sim, aí num cantinho longíquo de ti. Talvez não, afinal já passou tudo.

Sem comentários: