terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sai.

Sais e bates com a porta. O teu sorriso final é encantante, mas sei que te foste embora do meu mundo de ilusão, de uma vez. Não voltes, que vou querer-te. Caminhas sobre os grãos de areia da praia, caminhando rumo ao longe, àquela falésia lá ao fundo. Espero que chegues antes que me deixe cair, senão serei todo um fundo sem mim.
Foste embora mas pouco me importa. Vejo-te através da janela e sei sentir já saudades. Não me és nada, de ti nada quero senão o esvoaçante que agora desapareceu, porque o fizeste de propósito. Tenho-te impressão, que me enraiveces facilmente. Tu, vai-te embora, depois de te enraizares naquilo que sou.
Parece que sinto algo na fechadura, mas devem ser devaneios de uma alma. Tu, voltar atrás?, nunca!. Mesmo que viesses não te aceitaria de volta. Afinal ainda não deixei de te querer. Sabes aquele espelho onde vias essa cara e rias? Não sou capaz de olhá-lo mais. Cheio de profundezas inquietantes que trazem momentos reais, pequenos, mas importantes.
Sai, de uma vez. Nem deixes a mala entalar na porta. Não quero que fiques, mas que te deixes estar aqui, sem esmurrar o sítio onde encontro perigo de uma futilidade inútil. Vai, mas volta, sem que nunca ponhas cá os pés.

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