segunda-feira, 6 de abril de 2015

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Não sei se é de ti, da tua cara enigmática.
Não sei se é de mim, da mania de querer saber mais.
Com indiferença procurei conhecer, descobrir e apreender. Entender-te de alguma forma, sem que soubesses da minha vivacidade em perguntar por ti.
A mal ou bem os caminhos foram-se preenchendo, mas nunca ficaram completos. A incapacidade envergonhada trava as intenções verdadeiras de saber o que está para além de um olhar.
E naquele dia vi-o brilhante, diferente. Vi-o sentido de pureza, de um amor diferente que sem saber me explicaste tão bem.
Guardei-o tanto comigo... sabes? O mexer dos teus lábios com as palavras honestas que me dirigiste. A água de uma lágrima que se transformava em sorrisos inocentes e periclitantes.
E pudesse eu devolver-me assim... Recebê-lo-ias com tamanho encanto, mesmo sem saber.
O futuro constrói-se no presente de cada dia e os trilhos continuam a formar-se sem destino certo. Talvez seja manha minha precisar das definições e ter medo do inesperado, mas vou tentar. Vou deixar que a esperança do meu coração não se magoe e possamos chegar a algum lado... ou não. Quem sabe?
Será de ti, da tua cara enigmática... será de mim, da mania impulsiva de querer saber mais. Seja de quem for, que seja o que quisermos que venha a ser.
Mas aqueles minutos, aquele olhar, aquelas palavras e aqueles sorrisos... nada apagará o completo abraço que tivemos.
E nesse dia chegámos ao destino.

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