quinta-feira, 27 de novembro de 2014

caminhos

Estou aqui. Estás aí.
Vejo-te, penso-te. Ainda saberás quem sou? Lembrar-te-ás de mim?
É penetrante o teu nome nos caminhos que percorro com o pensamento, como uma pegada que precisa de ser definida para se lhe atribuir um dono. Não sei porque aqui andas, nem sei sequer como encontraste este trilho.
Questiono-me se me verás tu. Se saberás que aqui estou, assim, a percorrer o chão enquanto espero que nos voltemos a encontrar ao dobrar da próxima curva. Estarás lá?
A incógnita que me soltas é um amontoado constante de pontos de interrogação a ganhar vida na minha mente. E eu permaneço aqui. Tu permaneces aí.
Irei mostrar-me forte quando na verdade estarei a desmoronar-me. Não o saberás - não posso ser eu apenas a não saber o que seja.
Eu não sei se me vês, se me pensas. Se sabes que estou aqui, enquanto estás aí. Que me sentes, que te lembras.
Haverá algo para lembrar?
O caminho continua, no infinito daquilo que somos. A marca do teu pé continua disforme e não sei que lhe significado lhe atribuir. Podes decidir-te? Muda de rumo de vez.
Ou então deixa que sejamos, em vez de eu apenas ser e tu apenas seres.

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