quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Tempestade

É assim. Sem aviso, sem necessidade, sem premonição. Basta uma palavra, um suspiro, um silêncio. Basta qualquer coisa indefinida mas suficientemente perspicaz. É só isso. O mundo abala-se de novo, como de todas as outras vezes, e tu só tens de arranjar forma de te abrigar da tempestade e esperar que passe. Não vale a pena de outra maneira.
Mas insistes, lutas e tentas derrubar essas forças da natureza de todas as vezes em que vem uma tempestade. Colocas tudo de ti na esperança vã de que as nuvens cinzentas sigam outro rumo e te deixem descansar por um pouco. Nunca resulta.
As tempestades são assim. Chegam, rebentam em todas as direcções e não há nada a fazer se não suportá-la o melhor possível. Encontras o abrigo da noite e no silêncio do isolamento dos outros, fechas os olhos e adormeces até que a chuva se dissipe e os raios de sol espreitem, timidamente.
Não sabes o porquê destas tempestades que aparecem de tempos a tempos, só sabes que elas virão e assombrarão para sempre a confiança da sombra que podes ser daqui para a frente.
E daqui para a frente ninguém sabe como é... Só podes saber que a tempestade voltará e que não há nada que te salve dela se não a crença de que um dia a chuva te poderá lavar a alma.

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