terça-feira, 1 de setembro de 2015

camisa nobre

Sei que te cheguei destruída. Em farrapos que tentam voltar a ser vestidos de novo, numa peça de roupa podre completamente desacreditada da sua capacidade de se tornar um novamente. 
Cheguei-te assim, mas cheguei-te. Porque mesmo em farrapos não deixo de ser a camisa mais nobre e esperançosa que alguém deitou ao lixo. Mas o meu pano está muito amarrotado e é-lhe difícil aceitar que poderá ser uma só peça novamente… 
Em todos os momentos tento suaviza-lo, mas preciso que empregues o teu melhor ferro de engomar para que eu consiga fazê-lo. A minha vontade está lá. Eu quero ser uma camisa de novo e quero que me vistas. 
Com o melhor de mim, com o melhor que eu possa ter e ser, depois de farrapos sujos e velhos.

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