segunda-feira, 13 de julho de 2015

somente.

Enches-me a alma num gole sôfrego, como aquela música que ecoa e faz com que saia um grito. Não sei porquê, nem por quem. Não interessa. Sabes aquele sorriso imediato e a mão que me agarra o pescoço? É só isso, mais nada. O mundo parado pelos momentos que me apetecer. Desligado do resto, de tudo, do que for preciso.
O imediato pelo imediato, o calor pelo frio e a constante certeza de que nada está certo e o é apenas. Ser é uma descoberta de um novo eu mais calmo e sobretudo fiel a si mesmo... Tomara eu poder explicar-te a beleza disso mesmo. Da capacidade de não ter medo de errar ou simplesmente de não ter medo tantas vezes.
É como aquela água que corre sem parar, como aquela voz que se ridiculariza, como duas individualidades que decidem ser uma, sem remendos e sobretudo sendo como se tem de ser. É ter a timidez escondida na falta de coragem do mais pequeno e ternurento gesto, que acaba por compensar todos os outros. É seres.
Encher a alma num gole sofrêgo, numa calma apressada, numa saudade desperdiçada e sobretudo em ti. Encontrar o campo no meio da cidade, desfrutar do mais pequeno prazer que somos nós mesmos. É só isso.

Sem comentários: