terça-feira, 13 de março de 2012

cabeça cheia sem rebentar

Ás vezes temos a cabeça cheia de pensamentos e isso faz-nos ficar assim, cheios! Cheios quase até rebentar, mas sem que nunca se chegue àquele sentimento de alívio em que gritamos "rebenta a bolha!" e metade sai para fora...
Pergunta-mo-nos: é assim tão difícil rebentar? Responde-mo-nos: Não, é bastante fácil até, quando não queremos que aconteça. Quando algo nos corre mal e ainda estamos com esse nervoso miudinho, rebentamos tão rapidamente quanto o milésimo de segundo que leva a estoirar-se uma bola de sabão. Rebentamos muitas vezes sobre coisas que não queríamos, com pessoas que não queríamos.
Mas quando queremos mandar fora grande parte daquilo que ocupa espaço desnecessariamente e que nos faz sentir cheios, não conseguimos rebentar... Ainda que haja quem nos estenda a mão e diga que está ali, que podemos rebentar quando quisermos que seremos ouvidos, que o nosso alívio pode chegar bastando apenas que falemos, não conseguimos rebentar.
Porquê? Não sei, mas gostava de saber. Talvez porque aquilo que nos enche os pensamentos é o nada? Será que é por a nossa cabeça estar cheia de ar, por não ter nada de concreto em que pensar? Ou será porque a demasia de preocupações que se nos atravessam ao espírito diariamente são tantas e tão variadas, que as remetemos automaticamente para uma página em branco, porque não queremos lembrar-nos delas?
Não tenho resposta. Talvez nunca venha a ter. Mas talvez um dia serei capaz de gritar sozinha "rebenta a bolha!", para depois sentir o alivio de saber que posso falar e que estarei pronta para voltar a encher novamente.

1 comentário:

Anónima disse...

Olá Ana

Nem imaginas o quanto me senti retratada aqui nas tuas palavras. Sinto o mesmo. E ultimamente tem me acontecido esse fenómeno de rebentamento nos momentos mais errados. Um acumular de situações, que enfim...nem dá para explicar. O trabalho é que me estraga tudo. Se não fosse o dinheiro nem ia trabalhar. Enfim...cada um tem o que merece lol. Mas estou como tu também não sei explicar bem as coisas, mas gostava que fosse de outra maneira. Eu tenho momentos em que desejava ser outra pessoa, ou seja poder agir de outra maneira. Mas eu sou assim, e tenho que me aceitar tal como sou.
Fica bem Ana