quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

dizer vs não dizer

Seria tão mais fácil se eu conseguisse explicá-lo. Seria tão mais fácil se eu pudesse encontrar as palavras certas para definir este aperto sempre que vejo a tua imagem. Seria tão mais fácil se eu te dissesse tudo, com as letras todas, mas não sei que letras são essas. Seria tão mais fácil... seria?

Talvez não. Talvez colocá-lo em palavras banais lhe retirasse toda a sua autenticidade, mas a tua falta é tanta que se não o disser parece que a sinto ainda maior. Por isso acho que seria mais fácil se o explicasse, ainda que ao mesmo tempo acredite que perderia sentido. Não sei estar sem ti, chega dizer isso?

Não sou capaz de colocar em palavras que conheça aquilo que sinto dentro de mim quando sei que estás longe. Não consigo reprimir um aperto que dói, que custa a passar, mas também não encontro uma explicação lógica para a sua existência. Não tenho capacidades para explicar o que quer que seja, pois é tão puro que a sua inocência não mo permite expressar.

Sim, talvez fosse mais fácil se eu conseguisse explicá-lo, com letras, com palavras. Mas será mesmo necessário? Talvez não. Talvez o meu sorriso ao ver-te numa imagem seja suficiente. Talvez as minhas lágrimas que caem enquanto olho para essa mesma imagem sejam suficientes. Talvez o meu nó na garganta seja suficiente. Talvez o meu coração aos pulos seja suficiente. Talvez, talvez todos os sinais físicos provenientes do que sinto sejam suficientes.

Então não importa, não importa que seja mais fácil se o conseguisse explicar. Para quê? Sem o explicar, sem a facilidade de colocar tudo em palavras, sei que o sinto... e senti-lo, e sentir-te, vale muito mais a pena. Afinal de contas, não estás aqui agora e eu sinto muito a tua falta. Sinto muito a tua falta, de ti e do teu abraço. Que, tal como eu, sem palavras, diz tudo, sem nada dizer.

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