segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

vaivém

É assim, quando menos espero que tu vens. Voltas a aparecer, de rompante e de mansinho, tudo ao mesmo tempo, tudo de uma só vez. Naquele dia em que viajaste, eu soube que irias voltar, levasse o tempo que levasse... Não sei se iria querer-te de volta como te tive, mas sei que iria querer-te. Quis, sempre o quis, mas nunca consegui adivinhar o momento de o querer mais. Mas chegou, parece que decidiste chegar a hora e agora que aqui estás aqui te tenho, bem dentro, bem fundo de mim. Vieste sem que te pedisse, vieste apenas porque quiseste... Eu, oh eu... Eu não esperava que viesses agora, mas estou bem com isso.
É que sempre que vens é diferente, chegas e trazes o ar fresco daquele mar que conhecemos. Sopras como o vento quente daquele dia de verão e aqueces tudo em volta. É assim a tua presença, é assim que gosto de quando chegas. Porque sabes enganar-me, porque sabes fazer-me achar-te longe quando afinal tão perto estás. Ainda me lembrava da forma de como pisavas a areia, silencioso e quieto, perdido em mil pensamentos. Agora posso recordá-la de novo, porque me deixas fazê-lo.
É no sossego reconfortante que agora estou, quando me levas a voar o sentimento libertino é o maior. Não sabia por onde virias, quando viesses, mas caminhaste em frente de braços estendidos e tudo isso marcou. Na altura em que os abres e me envolves naquele abraço tenho novamente a certeza, a certeza de que, mais dia menos dia, voltas a ir embora e virás outra vez, depois, sem que eu o espere. Porque és assim, porque sou como sou. Porque neste vaivém entre ir e voltar, a vida passa e caminha, subtil e encantante, porque ondula, porque desliza sobre o mar. E eu, eu vou contigo quando vais e vens.

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