quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Hoje.

Quando acordou hoje, o seu primeiro impulso foi só um, voltar-se para o outro lado e desejar dormir. Que sonho havia sido aquele? Ou melhor: Porquê aquele sonho? Existem tantos outros sentimentos que se podem sonhar, porquê voltar a insistir neste?
No dia em que realmente se apercebeu de quem tinha ali à sua frente, algo mudou. Doeu um bocadinho!... Abriu-se, com um rasgão sempre a direito, na vertical, onde só poderia passar algo puro. E foi o que aconteceu. Assim, de um segundo para o outro, ela cambaleou. Esbugalhou os olhos, como se estes fossem a saltar-lhe da cara e ela precisasse decididamente de gritar. Contudo, após aquele sopro se colocar firmemente dentro do seu coração, o rasgão deixou de existir. Coseu-se de uma forma tão apertada, que nem mil tesouras conseguiriam destronar aqueles pontos firmes. Aí, no decorrer destes escassos dois segundos, ela olhou nos olhos de quem ali estava e, timidamente, sorriu. Já está, agora não há nada a fazer. Alojou-se ali, nem sequer tinha tido tempo de pensar se o queria. Não há volta a dar.
E hoje, uma vez mais, aquele rosto surgira em si, de forma inconsciente. Não chegam todas as vezes em que o nome daquela miragem lhe capta a memória durante o dia, tinha de o fazer também agora, quando queria paz. Procurar outro mundo.
Uma vez mais, não era assim tão positivo. Afinal de contas, o que se entrelaçara dentro de si era especial. Aquele sentimento que todos temem de tão perfeito e cheio de defeitos que deve ser. Uma vez mais, passados tantos dias daquele primeiro, ela via o que mais lhe custava ver. A tal alma, ali, a fugir de si, a dar-se a si, a viver à frente dela.
Por isso queria, queria voltar-se para o lado, adormecer de novo, já que começou agora que acabe de vez!, ver o desfecho dessa sua aventura, romper com toda aquela linha bem amarrada e deixar sair o que bate ali dentro. Mas não, há que permanecer sempre na incógnita, sem saber como, o quê, porquê.
Quando acordou hoje, logo após o seu primeiro impulso, houve algo que o contrariou. Seria o segundo? Ela levantou-se, ligou o rádio, pôs o volume bem alto e cantou a plenos pulmões:
“Toda a vida procurei, sem saber bem o quê.
Tudo sempre perguntei, sem ter como responder.
Talvez porque não quis ver o como, o porquê.
De ver tudo o que não fiz quando és tu quem quero ver.
Não posso, não vejo, assim!...
Não sinto, não vivo, sem ti.
Tudo o que por nós passou, sem ter medo de hesitar.
História de quem te amou e de quem não sabe amar.
Tudo isto é o que eu sou e mais não te posso dar.
Sou tudo o que te dou, isso sim há-de ficar.
Não posso, não vejo, assim!...
Não sinto, não vivo, sem ti.
Não posso, não vejo, assim!...
Não sinto, não vivo, sem ti.
Quando és tu quem quero ver, não posso, não vejo, assim!...
Quando és tu quem quero ver, não sinto, não vivo, sem ti."

8 comentários:

Anónimo disse...

shii...a música...
devorei tudo até ao fim, foi perfeito, quero mais, conquistou-me, estou dependente!


já estou a ver isto publica-do.

mostra-lhe, ele vai gostar.

amo-te.*

Anónimo disse...

"publica-do"
ca estupida, meu!


correcção: publicado

A Flor disse...

Um dia destes estou a ver a minha Cá com um livro publicado eheheh porque não?!!

E o meu livro seria autografado pela autora!!! ih ih já te estou a imaginar famosa!!.....

O curso de Jornalismo é mesmo o mais indicado...

Escreves com a "alma"... gosto de te ler.... :))

Amor, fico tão contente por continuares a pertencer ao clube dos não fumadores... só depende de ti, de mais ninguém....

Beijocas da "tia" Flor

Anónimo disse...

os textos tao lindos

Anónimo disse...

Sabes eu acho que acordas maluca mas e'! Pensas muito . . .nao penses!

Gosto dos teus textos, mas quem os le, daqui a mais pensa que estas depressiva, escreve cm alegria pah!

Bjao txi amo <3

Anónimo disse...

Fui eu

ass.monikita

Anónimo disse...

Ja aprendi cm se cometa p estes lados . . . ehehe =)

Ana Clau Ameixa. disse...

Oh minhas leitoras boazonas, uns esclarecimentozinhos ! Tumbaz . =)

Nicole, esta coisa que saiu n implica um ele, só uma ela. Gosto de escrever livremente.

Moniqita, não é triste. São sentimentos, coisas misturadas e pronto.

Beijinho *