segunda-feira, 3 de agosto de 2015

botão automático

Posso correr para ti e abraçar-te desmesuradamente? Posso? Deixas-me ir de repente de encontro a ti para te apanhar desprevenido e poder apenas, naquele segundo em que pensas no que me deu, enlaçar os braços à tua volta?
Se outros gozarem, que o façam... Que no fim também nós saibamos rir, de olhos metidos nos olhos, certos, eu e tu, de que não podia ser de outra maneira. Posso correr para ti e abraçar-te com a cabeça encostada ao teu peito? Posso? Apertando-te contra mim, grata por estares ali, de novo, com a mais pura bênção de seres quem és.
Quero muito ter a coragem de correr para ti e abraçar-te sem receios. Sem vergonhas do que é assumidamente feliz na minha existência. Com a meninice que ainda cá vive, escondida, e que só tu soltas de cada vez que te és para mim... Com a vontade de, no fim, saber que nada ficou por fazer. Que fui autêntica, que fui a corajosa que me acho ser aos teus olhos. Que me fui.
Posso correr para ti e abraçar-te? Apanhar-te desprevenido?
Diz-me que posso... e que o teu botão automático apenas me abraçará de volta. Posso? Se correr para ti conseguiremos enlaçar-nos? Saberemos ser-nos? Se eu correr para ti irás sorrir-me sem que eu o veja, colada ao teu peito? É que sem isso eu morreria...
Posso antes garantir que sei pôr esse botão automático a funcionar?

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