segunda-feira, 29 de julho de 2013

sem explicar

Tu não sabes bem como explicar. É a comichão na garganta, o ardor no peito. O pensamento constante, a saudade que mói. Quando te apercebes o mar enche-te os olhos e queres extravasar. Mandar para fora seja lá o que for. Porque o que é, tu não sabes.
Apetece-te gritar com o mundo, dizer a toda a gente o que sentes, pensas e pretendes. Mas e o mundo, que te dirá? Nada. Apenas te ouvirá e levará com o vento as tuas palavras. Não sabes o que mais fazer que possa acalmar esse turbilhão que aí vai dentro. Que não compreendes e não consegues antever de onde aparece.
A saudade mói, mata um bocadinho. Chega depressa e não avisa. Faz mossa e vai escavando cada vez mais fundo, criando um poço que nunca tem fim.
O ardor no peito, o mar nos olhos, a comichão na garganta. O pensamento distante.
E só aquele aconchego do abraço apertado e sentido, farão com o que não sabes explicar ganhe forma e seja um todo, sendo tudo.

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