quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tarde.

Recordações. O que foi mau já esqueci, o que foi bom, é permanente. Lembro-me de tudo de vez em quando, inconscientemente. Lembro-me do meu sorriso, da minha necessidade de viver. Lembro-me de uma tarde fatídica, muito feliz. Das promessas consumadas por cada lágrima, pelo sofrimento emanado por caras horrendas, expressões de dor. Soube que nunca iria esquecê-la e agora, passado já este tempo, tenho-a aqui presente, como se tivesse sido hoje. Toda a sinceridade que veio ao de cima, todos aqueles abraços apertados e palavras eternas. Um dia teria de vivê-la, passar por ela. E, tal como queria, foi melhor do que o que imaginava. A dor consumiu toda a minha pele, cada pedaço de mim. Os momentos bons ficaram presos na minha memória, cada vez mais enraizados ao passar de um segundo. Teve de ser. Agora, tenho na minha presença aquela cara, aqueles olhos húmidos e únicos, aquelas mãos que me acariciavam, aqueles braços que me apertavam contra o seu peito. As palavras ditas ao ouvido, as vontades de um futuro. Tudo, o beicinho apertado e querido, a tristeza que emanava de duas almas. Futuro prometido, depende de nós. O que foi bom traz-me este sorriso, ambição de continuar. Foi a pior tarde da minha vida. E também a que me trouxe mais felicidade.

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